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O que é e quais são os tipos de cirrose?

Cirrose é uma doença crônica, que costuma se desenvolver lentamente. Ela é caracterizada, principalmente, pela formação de fibrose e nódulos no fígado, sendo a fibrose um tipo de tecido cicatricial, que se forma quando o órgão sofre lesões hepáticas.

A imagem mostra uma representação gráfica do corpo humano com destaque em vermelho no fígado.

Se você já teve problemas com cirrose hepática ou conhece alguém que precisa tratar a doença, então, continue lendo o post de hoje para saber mais informações e conhecer os tipos de cirrose.

O que pode causar cirrose?

Agora que você já sabe o que é cirrose, vamos falar sobre suas causas. A doença se desenvolve a partir de lesões sofridas pelo fígado, que afetam diretamente suas células saudáveis, prejudicando o funcionamento.

Assim sendo, podemos dizer que a cirrose pode ser desencadeada por diversos fatores diferentes, provenientes dos hábitos do indivíduo. Entre as principais causas, estão:

Hepatite C

A Hepatite C também está entre as causas da doença. Ela é causada pelo vírus VHC e também provoca inflamação no órgão, além de danos que evoluem de forma lenta.

Consumo de álcool em excesso

Essa pode ser considerada uma das principais causas da cirrose hepática. Isto porque é uma substância metabolizada pelo órgão, quando o mesmo é exposto a doses excessivas. Então, ele sofre danos em seus tecidos, gerando fibrose.

Gordura no fígado

O acúmulo de gordura no fígado (esteatose), associado com doença metabólica, diabete melitus, obesidade, dislipidemia, aumento da cintura abdominal são fatores da esteato-hepatite não alcoólica, que dificultam a metabolização de alimentos ingeridos. Neste caso, se não houver um tratamento por meio de dieta e perda de peso, o indivíduo poderá desenvolver a cirrose.

Hepatite B

Levando em consideração os casos de cirrose ao redor do mundo, a Hepatite B é uma das causas mais comuns. Ela é provocada pelo vírus VHB, que invade o organismo e se multiplica, gerando a inflamação do fígado.

Hepatite Autoimune

A hepatite autoimune é uma condição do próprio organismo do indivíduo. Neste caso, o sistema imunológico apresenta mal funcionamento e reconhece as células do fígado como invasoras. Assim, sua reação é atacá-las.

Além disso, ela provoca a destruição progressiva de células hepáticas, formando então a fibrose.

Uso de medicamentos prolongados

Medicamentos utilizados por muito tempo, podem causar reações em função da exposição prolongada do fígado a todas as substâncias ingeridas.

Nessa lista, estão alguns antipsicóticos, antibióticos e substâncias utilizadas no tratamento do câncer e doenças autoimunes.

Os tipos de cirrose

A cirrose é uma doença que pode apresentar variações de acordo com a causa e a forma como se manifesta no organismo. Assim sendo, existem alguns tipos de cirrose, entre eles:

Cirrose alcoólica

A cirrose alcoólica ocorre devido ao uso de bebidas alcoólicas em excesso, e pode ser entendida como uma doença hepática alcoólica em estágio avançado, representada pelo surgimento de fibrose e nódulos.

Cirrose biliar

No caso da cirrose biliar, ela pode ser subdividida em primária e secundária, e surge por conta de uma anormalidade no sistema imunológico, ocasionando inflamações e destruição de ductos biliares (estruturas da bile/fluído produzido pelo fígado) responsável pelo processo de digestão de gorduras e absorção de nutrientes.

Cirrose pós-necrótica

Está relacionada com a necrose, caracterizada como a morte das células, de partes do fígado, que muitas vezes ocorre devido ao uso abusivo de medicações ou exposição a drogas, vírus ou a bactérias.

Quais são os sintomas?

Uma vez que a doença prejudica o funcionamento do fígado, todo o organismo também acaba sendo prejudicado, pois ele sente os prejuízos causados pela perda das funções. Desta forma, podem surgir alguns sintomas de cirrose, tais como:

  • Náuseas;
  • Fadiga;
  • Mal-estar;
  • Pele amarelada;
  • Fraqueza;
  • Perda de peso;
  • Dor no abdômen;
  • Queda de cabelo;
  • Inchaço.

Além destes, também existem outros sintomas de cirrose que surgem de maneira mais intensa, e se manifestam quando a cirrose está em estágio avançado. O indivíduo manifesta, então, complicações como:

  • Varizes de esôfago;
  • Alterações renais;
  • Tumor de fígado;
  • Encefalopatia hepática.

Existe tratamento para cirrose?

O único tratamento exato e definitivo que possa reverter os danos causados ao fígado é o transplante de fígado. Por isso, em casos de cirrose mais leves, a abordagem envolve eliminar o agente agressor, e indicar ao indivíduo que ele tenha hábitos saudáveis, para conter a evolução, assim como seguimento e acompanhamento médico especialista.

Assim sendo, quem consome álcool em excesso deverá evitá-lo ao máximo, prevenindo uma possível cirrose alcoólica. E os portadores do vírus da hepatite precisarão tratar a infecção.

É muito importante realizar uma adequação alimentar, para que as agressões ao fígado sejam minimizadas ao máximo.

O ideal é fazer as refeições pequenas mais vezes ao dia, evitando excesso de sal, fritura, refrigerante e carne vermelha. A preferência deverá ser por uma dieta menos gordurosa e natural.

Por conta disso, pode ser necessário um tratamento multidisciplinar, ou seja, o paciente ser acompanhado, por exemplo, pelo médico hepatologista, um nutricionista e um psicólogo, em casos associados ao alcoolismo.

Quando o paciente recebe o tratamento adequado, de acordo com suas necessidades, grau da doença e seu perfil, é possível levar uma vida normal, com suas atividades diárias, e prática de exercícios físicos. Afinal, o objetivo será manter a cirrose estacionada.

Portanto, devem ser realizados exames periódicos e adequação às medidas adotadas, para evitar que a doença tenha uma progressão.

Confira também, meu vídeo relacionado sobre o tema, abaixo:

O conteúdo foi esclarecedor? Em caso de dúvidas, entre em nosso blog, e veja outras postagens sobre cirrose! Até o próximo post!

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Profº Dr.Luiz Carneiro

CRM: 22.761/SP

Diretor do Serviço de Transplante e Cirurgia do Fígado do Hospital das Clínicas, professor da FMUSP e chefe do Departamento de Gastroenterologia da FMUSP.

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