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Apendicectomia

Atualizado em: 15/01/2024

A apendicectomia é um procedimento cirúrgico realizado com o objetivo de remover o apêndice. É indicada em casos de apendicite, uma inflamação que afeta essa pequena porção do intestino e que requer tratamento médico de urgência.

A função do apêndice é proteger bactérias boas quando há um desequilíbrio na flora intestinal. No entanto, por causa do formato desta pequena porção do intestino, ela pode sofrer obstruções, que levam a um quadro infeccioso exigindo a realização da apendicectomia.

Essa cirurgia é feita com o objetivo de retirar o apêndice e existe mais de uma técnica que pode ser adotada. A cirurgia de apendicite aguda é realizada como um caso de urgência porque essa infecção pode levar o indivíduo a óbito.

Neste artigo explicaremos com mais detalhes como funciona o procedimento de apendicectomia e suas indicações. Continue lendo para conferir!

O que é apendicectomia?

Também conhecida como “cirurgia de apendicite”, a apendicectomia é indicada para a remoção do apêndice que sofreu com algum tipo de obstrução. Quando isso acontece essa porção do intestino fica inflamada e infeccionada, quadro chamado de apendicite.

A inflamação do apêndice é um caso de urgência ou até mesmo emergência, exigindo a realização da apendicectomia o quanto antes. Isso porque existe o risco de rompimento do apêndice com extravasamento de todo o conteúdo para a cavidade abdominal. Também pode ocorrer a necrose dessa porção do intestino, condições que levam o indivíduo a óbito.

Quando a cirurgia é indicada?

A apendicectomia é um procedimento cirúrgico realizado quando o paciente apresenta sinais de apendicite, como dor abdominal forte e localizada, febre e mal-estar. Esses são sintomas típicos de uma apendicite aguda.

Ela pode ser diagnosticada por meio do exame clínico, bem como com a realização de uma ultrassonografia. Quando há dúvidas sobre um quadro de abdômen agudo, também pode ser solicitada uma tomografia computadorizada.

A cirurgia de retirada do apêndice geralmente é realizada nas primeiras 24 horas após o diagnóstico da doença aguda. Dessa forma, complicações como a inflamação, supuração ou infecção generalizada do abdômen podem ser evitadas precocemente.

Como o procedimento é realizado?

A apendicectomia precisa ser realizada em ambiente hospitalar com o paciente sob anestesia geral. Sua duração é de cerca de 30 minutos a uma hora, quando o caso não apresenta um alto grau de complicação. Em casos mais graves, o procedimento pode ter um tempo bem superior.

Essa duração também varia porque existem dois procedimentos cirúrgicos que podem ser aplicados, sendo a apendicectomia laparoscópica e a apendicectomia convencional (aberta). A primeira é mais simples e menos invasiva, por isso, tende a ser mais rápida.

Por serem duas técnicas diferentes, sua realização também apresenta diferenças. A seguir você confere mais detalhes sobre cada uma dessas cirurgias.

Cirurgia de apendicite por laparoscopia

Na maioria das vezes, é feita a cirurgia laparoscópica para quadros de apendicite. Isso porque ela é menos invasiva e deixa cicatrizes menores no paciente, além de favorecer o trabalho do cirurgião, aumentando a precisão do procedimento.

São feitas pequenas incisões no abdômen, de no máximo dois centímetros, por onde é introduzido o instrumental, como pinças, bisturi e a câmera, que permite que o cirurgião observe toda a região por meio de um monitor.

Cirurgia de apendicite convencional

Na cirurgia convencional o cirurgião faz uma incisão maior, na lateral direita do abdômen do paciente, com aproximadamente três a cinco centímetros. O apêndice é retirado manualmente, por isso, o tempo de recuperação acaba sendo maior do que no procedimento feito pela laparoscopia e a cicatriz é mais aparente.

Jejum pré-operatório

Como dito, geralmente a cirurgia de apêndice é feita com urgência. Portanto, nos casos com mais dias de evolução e dependendo da gravidade do quadro, não se espera o jejum recomendado.

Mas em casos iniciais e quando o paciente está estável é possível programar a cirurgia, então, será mantido um jejum mínimo de 8 horas para segurança do paciente.

Como é o pós-operatório da apendicectomia?

Após o procedimento cirúrgico de apendicectomia, o paciente terá boa recuperação nos casos iniciais e de dois a quatro dias de recuperação nos mais avançados, podendo se estender no hospital. Esse tempo de internação depende da técnica aplicada e também da resposta do organismo de cada pessoa.

Ao passar uma semana, é importante marcar um retorno ao médico, para que ele avalie a evolução e, se necessário, conceda novas orientações. Logo após a consulta de retorno, em cerca de 7 a 14 dias o paciente poderá voltar para suas atividades diárias. Porém, deve evitar maiores esforços físicos, que são liberados em cerca de 30 dias.

Alimentação saudável

Após a operação o ideal é manter uma dieta com alimentos saudáveis, como:

  • legumes;
  • frutas;
  • carne branca (peixe, frango).

Nas primeiras 24 horas, é importante ingerir uma grande quantidade de líquido, sendo água ou suco, para reidratar e limpar o organismo. Também deve ser mantida uma dieta com alimentos pastosos ou semissólidos, como mingau, iogurtes e purês, para facilitar a digestão. Todas as refeições deverão ser feitas de maneira fracionada e em pequenas quantidades.

Alimentos gordurosos e doces devem ser evitados no primeiro dia depois da operação. Carne vermelha, frituras, chocolate, bolacha, queijo, sorvete e molho não são indicados. O ideal é ingerir alimentos ricos em fibras, como, aveia e cereais integrais, que auxiliam no bom funcionamento do intestino.

Possíveis complicações

As complicações desse tipo de cirurgia são raras, mas pode ocorrer prisão de ventre e infecção do local operado. Quando o paciente apresenta vermelhidão, dores frequentes e febre acima de 38 graus, o médico deve ser informado imediatamente.

A apendicectomia é um procedimento muito importante e que salva vidas. Quando realizada por meio da técnica laparoscópica e outros métodos mais modernos, aplicados por um cirurgião experiente, traz um grau de invasividade menor e menos riscos, com isso, mais conforto e rapidez na recuperação.

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Profº Dr.Luiz Carneiro

CRM: 22.761/SP

Diretor do Serviço de Transplante e Cirurgia do Fígado do Hospital das Clínicas, professor da FMUSP e chefe do Departamento de Gastroenterologia da FMUSP.

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