A doação de fígado é um ato de amor e uma atitude muito generosa que demonstra um traço de personalidade incrível. Portanto, a pessoa que se dispõe a doar um órgão, seja para um parente, conhecido ou até desconhecido, é uma heroína ou herói.
Pré-requisitos para doar o fígado
Existem alguns pré-requisitos para doar o fígado, por exemplo, o tipo sanguíneo, a altura e o peso do doador vivo devem ser compatíveis com os do receptor.
Isso acontece porque o transplante não pode ser realizado quando a pessoa que vai doar pesa 100 kg e o receptor 50 kg.
O doador não poderá doar caso ele tenha gordura no fígado e esteatose hepática. Porém, se for uma pessoa de 80 e 90 kg com um fígado saudável doando para uma de 50 kg, o procedimento é viável.
Portanto, existem três fatores que influenciam a doação de fígado, são eles:
- fígado saudável do doador;
- tipo sanguíneo compatível;
- peso compatível.
Quando o peso entre o doador e receptor é compatível?
O doador com maior peso pode doar para um receptor de menor peso, porém, o inverso não pode acontecer porque existe uma proporção de quem vai receber o fígado.
Por exemplo, o nosso fígado pesa 2% do nosso peso. Então, se uma pessoa pesa 80 kg x 2%, o fígado pesa 1,600 kg.
Em todo transplante de fígado, o mais indicado é que o transplantado receba a metade do fígado do doador, ou seja, 1%.
Tenho uma doença, posso doar o meu fígado?
Antes de fazer o transplante de fígado, é preciso realizar uma triagem no receptor para avaliar os riscos de doenças associadas com a troca do fígado doente por um fígado novo.
Assim como não podemos colocar em risco a vida do receptor, também não podemos colocar em risco a vida do doador. Portanto, se o doador tiver doenças associadas, como problema cardiológico, pulmonar ou doença infecciosa (hepatites, toxoplasmose, rubéola, sífilis...), é preferível não usar o seu órgão.
Além dos aspectos citados acima, o doador pode ter parentesco até 3º e 4º grau. E quando não for parente, é necessário ter uma ordem judicial e passar pelas comissões de ética dos hospitais.
Comissão de ética é quando o doente passa por avaliação psicológica e pela triagem para ver se realmente há compatibilidade entre as duas pessoas.
A cirurgia pode dar errado?
Nós médicos, temos que oferecer uma cirurgia de máxima segurança, tanto para o doador quanto para o receptor, e garantir que tudo ocorra bem. Isso porque é um ato maravilhoso de doação e não podemos colocar ninguém em risco.
Infelizmente existem algumas vezes que cometemos erro de julgamento, mas temos acessos à tecnologia de ponta que possa calcular quanto vamos tirar de fígado, entre outros fatores, oferecendo maior garantia de sucesso.