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Vida após a Esplenectomia: como o corpo se adapta sem o baço?

Índice

A remoção do baço traz mudanças para o organismo, exigindo adaptações e cuidados especiais. Entender o papel do baço, como o corpo compensa sua ausência e quais medidas ajudam a evitar complicações é essencial para manter a qualidade de vida após a esplenectomia. Entenda mais sobre esse assunto!

Ilustração médica do corpo humano destacando o baço em vermelho, localizado abaixo das costelas do lado esquerdo do abdômen.

A esplenectomia é a remoção cirúrgica do baço, um órgão fundamental para a imunidade e o equilíbrio do sangue. 

Essa cirurgia pode ser necessária devido a traumatismos, doenças hematológicas ou infecções graves. 

Embora o organismo se adapte à ausência do baço, algumas mudanças exigem atenção para evitar complicações. 

Neste artigo, abordaremos o papel do baço no organismo e os impactos da esplenectomia, os mecanismos de adaptação do corpo após a remoção do baço e os cuidados essenciais e prevenção de complicações após a esplenectomia. Leia até o final e saiba mais!

O papel do baço no organismo e os impactos da esplenectomia

O baço é um órgão localizado no lado esquerdo do abdômen, desempenhando funções essenciais para o sistema imunológico e circulatório. Suas principais funções incluem:

  • Filtragem do sangue: O baço remove células sanguíneas velhas ou danificadas, garantindo um equilíbrio saudável na corrente sanguínea.
  • Produção de células imunológicas: Ele contribui para a defesa do organismo ao produzir linfócitos e armazenar plaquetas.
  • Resposta imune: Atua no combate a infecções, especialmente contra bactérias encapsuladas, como Streptococcus pneumoniae e Haemophilus influenzae.

A remoção do baço pode impactar a saúde de diversas maneiras:

  • Maior risco de infecções: Sem o baço, o organismo tem mais dificuldade em eliminar certas bactérias, aumentando o risco de infecções graves, como sepse.
  • Alterações na circulação sanguínea: A ausência do baço pode resultar em um leve aumento na contagem de plaquetas e glóbulos vermelhos.
  • Adaptação imunológica: O fígado e outros órgãos assumem parcialmente algumas funções do baço, mas a imunidade geral pode ser reduzida.

A esplenectomia não impede uma vida normal, mas exige precauções para minimizar riscos e garantir o bem-estar a longo prazo.

Mecanismos de adaptação do corpo após a remoção do baço

O organismo possui mecanismos compensatórios que ajudam a minimizar os impactos da ausência do baço. Algumas adaptações incluem:

  • Aumento da função hepática: O fígado assume parte da filtragem do sangue e da destruição de células envelhecidas.
  • Produção de anticorpos por outros órgãos: Gânglios linfáticos e a medula óssea passam a produzir mais células imunológicas para fortalecer a defesa do organismo.
  • Redistribuição das plaquetas: Como o baço armazenava plaquetas, sua remoção pode levar a um aumento da contagem dessas células no sangue.

Apesar dessas adaptações, algumas dificuldades podem surgir:

  • Resposta imunológica reduzida: Mesmo com a adaptação, o corpo fica mais vulnerável a infecções severas, exigindo cuidados especiais.
  • Possível hipercoagulabilidade: O aumento de plaquetas pode elevar o risco de formação de coágulos sanguíneos, exigindo monitoramento médico regular.
  • Necessidade de vacinas: Para compensar a perda da resposta imunológica do baço, são recomendadas vacinas contra bactérias encapsuladas, como pneumococos, meningococos e Haemophilus influenzae.

A adaptação do corpo é eficaz, mas medidas preventivas são indispensáveis para garantir a saúde a longo prazo.

Cuidados essenciais e prevenção de complicações após a esplenectomia

Após a remoção do baço, alguns cuidados devem ser adotados para reduzir riscos e manter a qualidade de vida. Entre os mais importantes estão:

  • Vacinação: Pacientes esplenectomizados devem receber vacinas contra pneumococos, meningococos e Haemophilus influenzae para prevenir infecções graves.
  • Uso de antibióticos profiláticos: Em alguns casos, médicos recomendam o uso contínuo ou intermitente de antibióticos para evitar infecções.
  • Atenção a sintomas de infecção: Febre persistente, calafrios e cansaço podem ser sinais de infecção grave e devem ser avaliados imediatamente.
  • Evitar viagens para áreas endêmicas: O risco de infecções, como malária, é maior em regiões específicas, sendo necessário cuidado extra em viagens.
  • Acompanhamento médico regular: Consultas periódicas ajudam a monitorar a saúde e prevenir complicações, como tromboses e infecções.

Com a adoção dessas medidas, é possível levar uma vida saudável e segura, minimizando os riscos decorrentes da ausência do baço.

Saiba mais: Cirurgia do baço – quando deve ser feita?

Profº Dr. Luiz Carneiro
CRM: 22.761/SP
Diretor do Serviço de Transplante e Cirurgia do Fígado do Hospital das Clínicas, professor da FMUSP e chefe do Departamento de Gastroenterologia da FMUSP.
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Ilustração médica do corpo humano destacando o baço em vermelho, localizado abaixo das costelas do lado esquerdo do abdômen.

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22/04/2025

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