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Existe cura para o Esôfago de Barrett?

Atualizado em: 08/02/2022

O esôfago de Barrett é uma alteração no tecido esofagiano que pode ser tratada e curada. O tratamento é feito por meio do controle do refluxo gastroesofágico, e também pode ser necessária a eliminação de células ou do tecido lesionado.

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Os tecidos que compõem cada parte do corpo humano têm características diferentes. No entanto, eles podem sofrer alterações devido a fatores que provocam lesões ou agressões em suas células. No caso do esôfago, essas agressões levam ao desenvolvimento do esôfago de Barrett. 

Essa complicação acontece devido ao contato frequente dos tecidos esofagianos com o conteúdo estomacal, que contém ácidos. Como o esôfago não tem proteção contra essa acidez excessiva, acontecem mutações em seus tecidos desencadeando o processo de metaplasia intestinal. 

Nele, o tecido saudável do esôfago se torna parecido com aquele que reveste o intestino. Isso pode trazer complicações para a saúde favorecendo, por exemplo, o câncer. Mas será que existe cura para o esôfago de Barrett? Neste artigo vamos responder essa pergunta. Continue lendo para conferir!

O Esôfago de Barrett pode ser curado? 

Não são apenas os sintomas desconfortáveis causados pelo esôfago de Barrett que levam à necessidade de fazer o tratamento desse problema. Se ele não receber a devida atenção, a tendência é de que se agrave com o passar do tempo, intensificando os desconfortos.

Entretanto, existe uma preocupação ainda maior. O esôfago de Barrett é uma lesão pré-cancerosa. Isso significa que existe a possibilidade de ele favorecer o desenvolvimento do câncer esofagiano. Por isso, uma das principais perguntas é se o esôfago de Barrett pode ser curado, e a resposta é sim.

Existe a possibilidade de os tecidos esofagianos se recuperarem e voltarem a ficar saudáveis, porém, como acontece em outros problemas de saúde, essas chances de cura são maiores quanto mais rápido for iniciado o tratamento, interrompendo as agressões que o esôfago está sofrendo. 

Como explicamos na introdução, a principal causa do esôfago de Barrett é o contato excessivo com os ácidos produzidos no estômago. Logo, tratar a doença do refluxo, que é o principal fator causador desse problema, é indispensável, e uma das primeiras partes do protocolo para tratar essa doença esofagiana. A seguir explicamos com mais detalhes.

Quais são os Tratamentos para o Esôfago de Barrett? 

Como você viu, existe a possibilidade de curar o esôfago de Barrett, em especial quando o tratamento é iniciado de forma precoce. A seguir apresentamos os principais tratamentos para esse problema em diferentes estágios de gravidade. Confira.

Controle do retorno ácido

A primeira medida adotada para fazer o tratamento do esôfago de Barrett é interromper o retorno do ácido do estômago para o esôfago. Ou seja, antes, é preciso tratar o refluxo gastroesofágico para que os tecidos não tenham mais contato com a acidez. 

Para isso, podem ser receitados medicamentos como bomba de próton e antiácidos. Porém, também existe a técnica cirúrgica para tratar a doença do refluxo gastroesofágico que, muitas vezes, é causada pela hérnia de hiato. Assim, a cirurgia é realizada com intuito de corrigir essa hérnia.

Ablação por radiofrequência

Existem quadros de esôfago de Barrett que evoluem também para a displasia. Essa condição consiste em um crescimento celular anormal, que ainda não é considerado como câncer, mas aumenta o risco de desenvolvimento da doença.

Para pacientes com quadros como esse, é recomendado o tratamento de ablação por radiofrequência. Essa técnica permite fazer a eliminação das células que sofreram a transformação originando a displasia.

Mucosectomia

A displasia pode ter um baixo ou alto grau. No segundo caso, as células esofagianas já se encontram com alterações pré-cancerosas, é considerado o último estágio para o desenvolvimento de câncer.

A fim de evitar a progressão da doença, é feito o tratamento chamado de mucosectomia. Nessa cirurgia fazemos a retirada da parte interna do esôfago para remover todo o tecido lesionado e modificado.

É importante ressaltar que somente o médico que está acompanhando cada paciente é quem pode estabelecer o melhor tratamento, além de indicar quais são as chances de cura do esôfago de Barrett. Lembrando que elas aumentam quanto mais cedo o tratamento for iniciado. Daí a importância de tratar o refluxo gastroesofágico. 

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Profº Dr.Luiz Carneiro

CRM: 22.761/SP

Diretor do Serviço de Transplante e Cirurgia do Fígado do Hospital das Clínicas, professor da FMUSP e chefe do Departamento de Gastroenterologia da FMUSP.

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