A esteatose hepática pode terminar em cirrose?
A resposta é sim, é a segunda causa de transplante nos Estados Unidos, já é a cirrose decorrente da gordura no fígado.
Em 2025 se acredita que seja a primeira causa de cirrose nos Estados Unidos causada pela esteatose, depósito de gordura no fígado. E tem outro aspecto importante, o câncer que vem do depósito de gordura é muito mais rápido do que o câncer decorrente das outras formas de cirrose.
Os doentes que têm esteatose precisam procurar se tratar, porque é uma doença de evolução muito mais grave que a gente imaginava anteriormente. Não precisa se assustar, mas tem que tomar medidas para tratar adequadamente.
A esteatose ocorre em quais tipos de pessoas?
Quanto ao depósito de gordura no fígado, pode ser em pessoas mesmo magras, hoje nós sabemos que tem um problema genético, já temos algumas linhagens de genes definidas e que podem levar ao depósito de gordura em jovens e mesmo não sendo obesos, mas é uma realidade ainda.
A grande parte é doente com sobrepeso ou com obesidade mórbida. Mesmo assim, nós também temos o contrário, pessoas que têm obesidade mórbida ou grande sobrepeso e não tem esteatose, existindo um fator genético de proteção. Da mesma maneira que existe um fator genético que compromete, existe outro de proteção.
Nós sabemos que a gordura no fígado é danosa e ruim, tem que ser investigada. Não é obrigatório ser gordo o magro, todos podem ter esteatose e na fase de vida, tem que cuidar para que o diagnóstico seja feito.
Como sabemos se a gordura é potencialmente ruim?
1- Se tiver acompanhado do que nós chamamos de síndrome metabólica;
2- Se o paciente tiver gordura abdominal grande, isso é circunferência abdominal, em mulheres, maior que 84 e em homens, maior que 92, existem hoje que se aceite como 86 e 96 de circunferência nas mulheres e nos homens, mas se tiver uma circunferência abdominal maior do que esses limites, se tiver hipertensão arterial, triglicérides, colesterol elevado são pacientes de risco e não precisam ter tudo isso;
3 – Se tiver diabetes, colesterol, triglicérides, pressão alta e circunferência abdominal, pelo menos três desses cinco, já é grupo de risco e precisa procurar.
É necessário fazer alguns exames para saber se tem alterado, mas uma triagem rápida através desses dados clínicos em que a gente está apresentando.
Tratamento
A cirrose nas suas formas mais graves e avançadas pode ser tratada pelo transplante de fígado, que é um método terapêutico aceito no mundo inteiro como muito eficaz, concepcional de sobrevida.
Se feito no tempo adequado, numa fase em que a doença não é tão avançada e não tem tantos problemas associados, a sobrevida hoje é acima de 95%.
Existem outras formas de tratamento que podem ser usadas nesses pacientes, para que tenham uma qualidade de vida muito boa.
Muito deles até vivem vários anos, muito bem com essas formas terapêuticas de tratamento existentes, como o uso de diuréticos, dieta adequada, existem uma série de medidas que ajudam o cirrótico a conviver, apesar de já ter uma forma às vezes grave instalada.
Quando existe a possibilidade de controlar clinicamente os doentes com essas medidas, uso do diurético, laxante, dieta, etc., aí nós temos que efetivamente pensar no transplante de fígado.