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Afinal, como funciona a colecistectomia?

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Colecistectomia é a cirurgia de retirada da vesícula biliar, com o objetivo de evitar a formação de novas pedras e as complicações que esse quadro pode trazer. Mas, você sabe como o procedimento é realizado?

A imagem mostra um médico, com uma lupa na mão esquerda apontando para uma ilustração da vesícula e a mão direita forma uma concha com a palma para cima, embaixo da vesícula

Preparamos este artigo para mostrar de que maneira a colecistectomia funciona, os cuidados necessários antes da cirurgia e como acontece a recuperação do paciente. Continue lendo para saber mais.

Como acontece o pré-operatório da colecistectomia?

A formação de pedras na vesícula é um problema bastante comum. Quando um paciente é diagnosticado com pedras na vesícula o médico faz uma avaliação dele e do seu quadro para definir se a colecistectomia é a melhor alternativa de tratamento.

Em alguns casos pode não desencadear nenhum sintoma, entretanto, também pode trazer complicações causando, por exemplo, inflamações, infecções e a obstrução das vias biliares. Se de fato for necessário realizar esse procedimento, é dado início à avaliação pré-operatória.

São solicitados os exames de rotina dos pré-operatórios, variando de acordo com a idade do paciente e suas comorbidades, sendo os exames mais comuns solicitados:

  • coagulograma;
  • glicemia em jejum;
  • creatinina;
  • hemograma;
  • eletrocardiograma.

Também serão solicitados procedimentos complementares, como a radiografia do tórax. E alguns pacientes podem precisar de testes de esforço, ecocardiograma e outros exames aprofundados, o que varia, por exemplo, conforme a indicação do cardiologista.

Mais preparativos para que a colecistectomia seja um sucesso são:

  • evitar substâncias anticoagulantes, como aspirina;
  • ajustar medicações de uso contínuo;
  • adequar a dieta;
  • abster-se do cigarro.

De que maneira a colecistectomia é realizada?

Estando o paciente apto para realização da colecistectomia é dado início aos procedimentos burocráticos para sua internação. O procedimento cirúrgico em si geralmente é rápido, necessitando apenas de 45 minutos, quando não ocorrem imprevistos.

Existem duas técnicas que podem ser adotadas para realização da colecistectomia. A videolaparoscopia é mais comumente indicada, sendo popularmente conhecida como “cirurgia a laser” (termo não utilizado). É um procedimento menos invasivo.

O cirurgião faz apenas três ou quatro orifícios de pequenas dimensões no abdômen. Por ali ele insere os materiais cirúrgicos e uma câmera, que auxiliará na visualização das estruturas que estão sendo manipuladas.

A cirurgia convencional, técnica também chamada de cirurgia aberta ou com corte, exige uma abertura maior no abdômen para retirada da vesícula. Não é utilizada a câmera porque as estruturas são visualizadas a olho nu pelo cirurgião.

Alguns inconvenientes dessa técnica são o maior tempo de internação, a cicatriz que fica mais visível e o maior risco de complicações em decorrência da maior incisão abdominal.

Em ambas as técnicas, a colecistectomia é realizada em ambiente hospitalar com o paciente sob anestesia geral. O período de internação é de um ou dois dias, assim como o repouso, dependendo da cirurgia realizada e da recuperação de cada paciente.

O que acontece no pós-operatório da colecistectomia?

Após a realização da colecistectomia, como explicamos, é preciso manter repouso por um ou dois dias. Entretanto, o retorno às atividades rotineiras acontece em uma ou duas semanas, também dependendo da técnica cirúrgica adotada e da resposta do organismo de cada pessoa.

Como a cirurgia por videolaparoscopia é menos invasiva, a recuperação é mais rápida, confortável e o tempo de internação menor. As dores e desconfortos são minimizados, há menos cicatrizes e menores como riscos de complicações, como inflamações, infecções e hérnias.

Nos primeiros dias, principalmente, é recomendado adotar uma dieta mais leve evitando alimentos gordurosos, e mantendo essa abstenção de gordura durante a primeira semana. Depois desse tempo geralmente o paciente consegue se alimentar sem muitas restrições.

É importante evitar o esforço físico para que não haja dores ou desconfortos na região operada. Porém, não é recomendado repouso total, pois as caminhadas leves e cuidadosas em áreas em obstáculos e planas contribuem com a boa circulação do sangue e a manutenção da respiração.

Confira também, meu vídeo relacionado sobre o tema, abaixo:

Lembrando que a melhor técnica para colecistectomia é adotada de acordo com a necessidade do paciente. Por isso, somente o especialista é quem pode dizer o que seria mais adequado em cada caso. Ele também fará recomendações específicas, se necessário, para garantir uma boa preparação e a melhor recuperação no pós-operatório.

Fonte: http://ales.amegroups.com/article/view/3784/4579

Bibliografia:

Laparoscopic cholecystectomy and cirrhosis: patient selection and technical considerations

Pinheiro, Rafael S. ; WAISBERG, DANIEL R. ; LAI, QUIRINO ; Andraus, Wellington ; NACIF, LUCAS S. ; ROCHA-SANTOS, VINICIUS ; D?ALBUQUERQUE, LUIZ A. C. .


Laparoscopic Cholecystectomy in Cirrhotic Patients with Symptomatic Cholelithiasis: A Case-control Study

D ALBUQUERQUE, LUIZ AUGUSTO CARNEIRO; Mancero, Jorge Marcelo Padilla ; Gonzalez, Adriano Miziara ; Larrea, Frans Ivan Serpa ; Oliveira e Silva, Adavio .

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Profº Dr. Luiz Carneiro
CRM: 22.761/SP
Diretor do Serviço de Transplante e Cirurgia do Fígado do Hospital das Clínicas, professor da FMUSP e chefe do Departamento de Gastroenterologia da FMUSP.
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