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Indicação de Cirurgia do refluxo gastroesofágico: quando é feita?

Índice

Não são todos os casos de refluxo gastroesofágico que precisam ser tratados com cirurgia; entretanto, se as medidas conservadoras não surtirem bons efeitos, houver complicações ou se for o desejo do paciente, fazer a operação pode ser a melhor alternativa.

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A doença do refluxo gastroesofágico consiste em uma disfunção que faz com que os alimentos e o ácido estomacal voltem para o esôfago, alcançando a garganta e até mesmo a boca, em alguns casos. Isso provoca desconfortos como queimação e dores. 

Muitas vezes é possível controlar os sintomas do refluxo por meio de medidas conservadoras, como adequação da alimentação, mudança de hábitos alimentares e uso de medicamentos. Mas quando essas terapias não surtem efeito, ou as consequências da doença do refluxo já deixou lesões ,  o paciente pode ser um candidato à realização da cirurgia. 

Confira em quais situações a cirurgia para refluxo gastroesofágico é recomendada e, ainda, quais são as consequências de não fazer esse tratamento quando ele é necessário.

Em quais casos a cirurgia de refluxo é indicada?

 Explicamos na introdução que, apesar de a cirurgia de refluxo gastroesofágico não ser a primeira opção de tratamento na maioria dos casos, muitas vezes é necessária. Confira a seguir as quatro principais situações em que esse procedimento é realizado.

Ineficiência de métodos anteriores 

Geralmente, as medidas conservadoras surtem bons efeitos no tratamento do refluxo gastroesofágico. No entanto, o sucesso dessas terapias depende bastante da resposta do organismo da pessoa e também da intensidade da doença. 

Se o especialista perceber que não há regressão dos sintomas utilizando os métodos conservadores, então, ele aconselha o paciente a realizar a cirurgia. Dessa forma fazemos a correção da anatomia da região onde há junção do esôfago com o estômago, para evitar que haja o retorno do conteúdo estomacal.

Sintomas muito intensos 

O refluxo gastroesofágico pode acontecer em decorrência de diversos fatores, como problemas no esfíncter esofagiano, presença de hérnia de hiato, obesidade e alimentação inadequada. Por isso, esse problema pode apresentar algumas características diferentes para cada pessoa em relação a sua intensidade e à manifestação de sintomas. 

Quando o refluxo acontece de uma forma muito constante prejudicando a qualidade de vida do paciente, é recomendado a realização da cirurgia. Isso também pode acontecer quando os sintomas são muito intensos, por exemplo, com o retorno de um grande volume do conteúdo estomacal e o risco de causar engasgos ou sufocamento durante a noite.

Manifestação de complicações

Os ácidos produzidos pelo estômago não causam nenhum tipo de lesão nesse órgão porque ele conta com proteções que evitam as agressões. Entretanto, os tecidos do esôfago não têm essa mesma proteção, logo, quando entram em contato com os ácidos estomacais, são lesionados. 

Quando essas agressões acontecem de uma forma constante, podem ocorrer diversas complicações, como inflamações no esôfago e na garganta, formação de úlceras e esôfago de Barrett. Se houver esse risco, ou se essas condições já estiverem se manifestando, a cirurgia é recomendada.

Desejo do paciente 

Existem casos em que o próprio paciente manifesta o desejo de fazer a cirurgia para tratar a doença do refluxo gastroesofágico. Isso pode acontecer, por exemplo, para não precisar tomar medicamentos todos os dias, ou para eliminar de uma forma definitiva a causa do problema. 

O especialista considera esse desejo da pessoa e, junto com ela, avalia as vantagens e possíveis riscos do procedimento. Se não houver nenhum impedimento para a realização dele, o refluxo é tratado pela técnica cirúrgica.

Quais são os riscos de não fazer a cirurgia?

Nos casos em que é possível controlar o refluxo por meio das medidas conservadoras não existe nenhum tipo de risco em não realizar a cirurgia. Porém, se ela for necessária, é fundamental fazer esse tratamento para que não haja risco de complicações. 

Como você viu, o esôfago não tem proteções contra os ácidos do estômago, então, o refluxo gastroesofágico pode causar inflamações, úlceras e também no esôfago de Barrett. Lembrando que esse último problema, quando não tratado, com o passar do tempo pode favorecer a manifestação do câncer de esôfago. 

Sendo assim, a não realização da cirurgia em curto prazo provoca o aumento da intensidade de sintomas, em médio prazo leva a complicações típicas do refluxo, e em longo prazo pode desencadear até mesmo o câncer. 

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  • É válido ressaltar que somente o especialista pode indicar o melhor tratamento em cada caso. Essa indicação é feita com base nas necessidades de cada paciente e de acordo com as características do refluxo gastroesofágico, além das suas causas. Ainda assim, a cirurgia é um tratamento muito eficiente que, muitas vezes, corrige de forma definitiva o problema. 

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    Profº Dr. Luiz Carneiro
    CRM: 22.761/SP
    Diretor do Serviço de Transplante e Cirurgia do Fígado do Hospital das Clínicas, professor da FMUSP e chefe do Departamento de Gastroenterologia da FMUSP.
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