A hérnia é uma situação bastante frequente e que se manifesta, na maioria das vezes, por meio de abaulamento na região inguinal, conhecida como virilha.
Sintomas de hérnia inguinal
Essa situação causa bastante dor e desconforto na região após realizar esforço e tossir. Quando esse abaulamento fica muito grande, a região para de doer, porém, ainda incomoda bastante.
Como a Herniorrafia Inguinal é feita?
Um professor de faculdade muito conhecido, chamado Prof. Manlio, dizia que uma vez diagnosticada, a hérnia deve ser operada, pois há riscos muito maiores do que a cirurgia.
Técnica aberta
As técnicas abertas são realizadas por meio de um bisturi que abre a pele e expõe a região, podendo ser feia com anestesia local ou geral.
Não é preciso que a tela seja autofixante porque temos espaço para dar uns pontos e fixá-la diretamente. Nesses casos, as telas são de polipropileno, não dão reação e costumam ser bastante aceitas pelos tecidos.
Técnica fechada
Em cirurgias por laparoscopia ou robótica, a incisão é feita pelo abdômen ou extraperitoneal. Assim sendo, facilita se a tela for autofixante, caso contrário, é possível que o cirurgião acabe dando um ponto em um nervo para costurar a tela e a pessoa tenha bastante dor no pós-operatório.
Qual técnica é melhor?
De qualquer forma, todas as técnicas são competentes, e quando feitas de maneira apropriada, a recidiva não será um problema.
Todas essas técnicas podem ser feitas a nível ambulatorial, ou seja, o paciente é operado de manhã e pode ir embora de noite. Entretanto, isso depende muito da idade do paciente e de seu estado geral. Por exemplo, se o paciente é idoso, com arritmia cardíaca, tem problema pulmonar e é diabético, ele não voltará para casa no mesmo dia porque precisa se manter em observação. Agora, caso seja um paciente mais novo, atleta, bem formado, e que teve uma cirurgia sem intercorrência, ele poderá obter alta depois de 12 horas.
Essa decisão pode e deve ser feita em conjunto do cirurgião com o paciente ao ter a história clínica e antecedentes em mãos.
Uso de telas na Herniorrafia Inguinal
Antigamente, não se usava telas para fins cirúrgicos, porém, hoje é possível perceber que essas telas diminuem a incidência de recidiva da hérnia mesmo depois de alguns anos. A recidiva cai de 20% para 2% quando se usa tela.
De acordo com o Prof. Dr. Luiz Carneiro, as hérnias precisam ser sempre com o uso de tela, independente da técnica, aberta ou fechada.
Um dos problemas é a migração da tela porque ela pode não estar tão bem fixada ou por algum motivo sair de sua localização. Isso pode propiciar um aumento da hérnia e explica os 2% de recidiva que foi citado acima.
Há uns anos, a tela era colada no local por meio de uma cola biológica. O cirurgião punha a cola, posicionava a tela e ela estava onde queria. Porém, atualmente, as telas são autofixantes e não precisam dar ponto, elas se aderem ao tecido imediatamente.
Por conta disso, a tela autofixante tem ganhado espaço, além de outras complicações, como o caso de dar ponto em algum nervo.
Qual marca de tela é melhor?
Existem muitas marcas de telas autofixantes, porém, a escolha da ideal varia de acordo com cada cirurgião e sua experiência. Assim como o Prof. Dr. Luiz Carneiro prefere realizar a cirurgia por meio da técnica extraperitoneal e há outros cirurgiões que acham que isso aumenta a área de dissecção e o trauma cirúrgico.