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Doenças alcoólicas no fígado matam mais do que câncer no fígado?

As doenças alcoólicas do fígado são uma série de problemas de saúde causados pelo consumo excessivo e prolongado de álcool. Essas condições incluem desde esteatose hepática, também conhecida como fígado gorduroso, até formas mais graves como hepatite alcoólica e cirrose hepática.

O fígado desempenha um papel crucial no processamento do álcool, e o consumo excessivo pode levar a danos significativos nesse órgão vital. Neste texto, vamos explorar o impacto dessas doenças, bem como as mudanças nos padrões de saúde que estão influenciando sua incidência. Confira!

Mudança nos padrões de saúde

Tradicionalmente, a cirrose hepática causada pelo consumo excessivo de álcool tem sido associada a uma grande parcela dos casos de câncer de fígado. No entanto, uma mudança nos padrões de saúde e estilo de vida, especialmente nos países desenvolvidos, está provocando uma transformação nesse cenário.

Enquanto o consumo excessivo de álcool continua sendo uma causa significativa de cirrose hepática, a esteatose hepática, relacionada principalmente à obesidade e ao estilo de vida sedentário, está emergindo como uma preocupação crescente. Nos Estados Unidos, por exemplo, é cada vez mais comum encontrar pessoas que bebem socialmente, mas regularmente, o que, combinado com a obesidade, pode resultar em danos significativos ao fígado.

Causas tradicionais

O avanço na medicina também está impactando as causas tradicionais de cirrose hepática e, consequentemente, de câncer de fígado. Com o desenvolvimento de vacinas e tratamentos eficazes para os vírus B e C, o número de casos relacionados a essas infecções está diminuindo drasticamente. Isso significa que outras causas, como a esteatose hepática, estão se tornando mais proeminentes.

Os desafios do diagnóstico

O diagnóstico precoce da esteatose hepática e sua associação com o risco de câncer de fígado apresentam desafios únicos. Em pacientes obesos, os exames de imagem, como ultrassom e tomografia, podem ser menos eficazes devido à dificuldade de penetrar na gordura corporal. Além disso, os métodos de rastreamento precisos para identificar aqueles com maior probabilidade de desenvolver câncer ainda estão sendo desenvolvidos.

Diante desse cenário, é fundamental aumentar a conscientização sobre os riscos associados à esteatose hepática e implementar programas de rastreamento eficazes. Pacientes com esteatose hepática, especialmente aqueles com evidências de fibrose, podem se beneficiar de uma vigilância mais próxima, incluindo exames de imagem regulares e dosagem de alfafetoproteína, para identificar precocemente qualquer sinal de desenvolvimento de câncer de fígado.

Conclusão

À medida que a esteatose hepática continua a se tornar uma causa significativa de cirrose e câncer de fígado, é crucial que profissionais de saúde e pacientes estejam alertas para os riscos associados e tomem medidas preventivas adequadas. Através da conscientização, diagnóstico precoce e intervenção eficaz, podemos esperar reduzir os casos de câncer de fígado relacionado à esteatose hepática e melhorar a saúde hepática em geral.

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Profº Dr.Luiz Carneiro

CRM: 22.761/SP

Diretor do Serviço de Transplante e Cirurgia do Fígado do Hospital das Clínicas, professor da FMUSP e chefe do Departamento de Gastroenterologia da FMUSP.

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