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Critérios de seleção para Transplante de Fígado Doador Vivo: quem pode doar?

Índice

O transplante de fígado de doador vivo é um procedimento complexo que pode salvar vidas, mas a seleção de doadores é rigorosa. Os critérios incluem requisitos médicos e de saúde, preparo psicológico e emocional, e um processo de avaliação detalhado. Entenda mais sobre esse assunto lendo o texto abaixo!

Médicos em uma sala de cirurgia ao fundo, com um foco na frente de um recipiente branco com a inscrição "HUMAN ORGAN FOR TRANSPLANT", segurado por mãos com luvas roxas.

O transplante de fígado de doador vivo é um procedimento complexo que pode salvar vidas, permitindo que pacientes com doenças hepáticas graves recebam parte do fígado de um doador saudável. 

Esse tipo de transplante oferece vantagem de não precisar aguardar na fila pelo órgão. 

No entanto, nem todos podem ser doadores; a seleção é rigorosa e leva em conta diversos critérios médicos, sociais e psicológicos. Além disso, o processo de avaliação e seleção envolve múltiplas etapas para garantir a segurança e o bem-estar de ambos – doador e receptor.

Neste artigo, abordaremos os requisitos médicos e de saúde para doadores vivos de fígado, os critérios psicológicos e emocionais necessários e o processo de avaliação e seleção de doadores. Leia até o final e saiba mais!

Requisitos médicos e de saúde para doadores vivos de fígado: o que é necessário?

Para ser um doador vivo de fígado, é crucial que a pessoa atenda a vários requisitos médicos e de saúde. Primeiramente, o doador deve estar em excelente saúde geral, sem histórico de doenças hepáticas, cardíacas, renais ou qualquer condição que possa comprometer a segurança do procedimento.

A idade ideal para doadores geralmente varia entre 18 e 50 anos, embora alguns centros possam ter critérios específicos. Exames laboratoriais e de imagem, como testes de função hepática, tomografias e ressonâncias magnéticas, são realizados para garantir que o fígado do doador esteja em condições adequadas para a doação. 

Além disso, é importante que o doador tenha um tipo sanguíneo compatível com o do receptor, e que não seja portador de infecções transmissíveis como HIV ou hepatites. O índice de massa corporal (IMC) também é avaliado, pois a obesidade pode aumentar os riscos cirúrgicos. 

A avaliação médica é detalhada e criteriosa, assegurando que o doador esteja apto para a doação e que os riscos sejam minimizados.

Critérios psicológicos e emocionais para a doação de fígado: a importância do preparo mental

Além dos requisitos médicos, os critérios psicológicos e emocionais são fundamentais para a seleção de doadores vivos de fígado. A doação de órgãos é uma decisão altruísta que pode envolver desafios emocionais significativos. 

Por isso, os potenciais doadores passam por avaliações psicológicas para garantir que estejam mentalmente preparados para o processo. É essencial que o doador compreenda plenamente os riscos e benefícios do procedimento, tanto para si quanto para o receptor. 

A motivação para a doação deve ser voluntária e livre de coerção ou pressão externa. Psicólogos e assistentes sociais desempenham um papel crucial nesse processo, avaliando o estado emocional do doador e sua capacidade de lidar com o estresse e a recuperação pós-cirúrgica. 

O apoio de familiares e amigos também é considerado, pois uma rede de suporte robusta pode ser vital para o bem-estar emocional do doador durante e após o procedimento. 

Garantir que o doador esteja emocionalmente estável e preparado ajuda a prevenir complicações psicológicas e a promover uma recuperação mais tranquila.

Processo de avaliação e seleção de doadores vivos de fígado: etapas e considerações

O processo de avaliação e seleção de doadores vivos de fígado é meticuloso e envolve várias etapas para garantir a segurança e a eficácia do transplante. 

Inicialmente, o candidato passa por uma triagem preliminar para verificar a compatibilidade básica e os critérios de saúde geral. Se aprovado, seguem-se avaliações mais detalhadas, incluindo exames e consultas com especialistas, como abordado acima.

Durante esse período, a compatibilidade sanguínea e tecidual entre o doador e o receptor é analisada. Além dos exames, o processo inclui uma avaliação psicológica para assegurar que o doador esteja mentalmente preparado, conforme explicado no tópico anterior.

Também é importante discutir os aspectos éticos e legais da doação, garantindo que todas as partes envolvidas estejam cientes dos seus direitos e responsabilidades. 

Após a conclusão de todas as avaliações, um comitê de transplante revisa os resultados e toma a decisão final sobre a viabilidade da doação. Este processo detalhado é essencial para minimizar riscos e maximizar as chances de sucesso do transplante.

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Profº Dr. Luiz Carneiro
CRM: 22.761/SP
Diretor do Serviço de Transplante e Cirurgia do Fígado do Hospital das Clínicas, professor da FMUSP e chefe do Departamento de Gastroenterologia da FMUSP.
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