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Câncer colorretal: como é feito o diagnóstico?

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A imagem mostra uma ilustração do aparelho digestivo com um efeito para destacar o colorretal.

O câncer colorretal é bastante frequente na população brasileira. Ele afeta o intestino grosso, tanto o cólon quanto o reto e sua incidência se dá principalmente em pessoas entre 50 e 70 anos de idade, sendo homens e mulheres.

Algumas lesões precursoras, como os pólipos, favorecem a manifestação desse câncer. Ele também pode ser desencadeado por problemas intestinais pré-existentes, as inflamações crônicas. Esse é o caso, por exemplo, da doença de Crohn.

Os sintomas do câncer colorretal incluem alterações no funcionamento do intestino, dores e desconfortos abdominais, presença de sangue nas fezes, dor ao evacuar, entre outros. Seu diagnóstico é fundamental para iniciar o tratamento, uma vez que esse câncer também pode levar a óbito. Neste artigo apresentamos métodos diagnósticos utilizados para identificá-lo. Confira.

Colonoscopia

A colonoscopia é o método mais importante para diagnóstico do câncer colorretal. Ela é realizada com o auxílio do colonoscópio, um instrumento flexível que tem uma câmera de vídeo em sua ponta. Transmite imagens para um monitor permitindo ao médico visualizar o interior do intestino.

Por meio desse exame é possível analisar toda a estrutura do cólon, identificar lesões, como um pólipo nódulos ou até mesmo inflamações. O colonoscópio também possibilita fazer a introdução de outros instrumentos para fazer a retirada de possíveis pólipos e a coleta de fragmentos de tecido para biópsia.

Para realização da colonoscopia é preciso um preparo intestinal e a manutenção de uma dieta adequada antes do exame. É feita a administração de um sedativo durante ele, pois a medicação ajuda a tornar o exame mais confortável. De toda forma ele não é doloroso, apesar de possivelmente incômodo.

Colonoscopia virtual

Na colonoscopia virtual não é utilizado o colonoscópio, então, esse não é um exame invasivo. Na verdade, funciona basicamente como uma tomografia computadorizada, mas feita para visualização do cólon e do reto. São produzidas imagens seccionadas dessas estruturas por meio de um programa de computador.

Com esse exame é possível localizar possíveis pólipos ou o câncer colorretal. É uma alternativa para não realizar exames invasivos, bem como para ter maior precisão do local das lesões, sua extensão e visualizarem detalhes áreas suspeitas.

Biópsia

Como explicamos, durante a realização da colonoscopia pode ser feita a coleta de um pequeno fragmento de tecido das regiões suspeitas de câncer colorretal. Essas amostras são encaminhadas para o laboratório a fim de fazer a análise da sua composição.

A biópsia é fundamental para identificar o tumor, suas características e nortear da melhor forma o tratamento. Além disso, ela pode descartar uma suspeita de câncer identificando o tipo de tecido que se desenvolveu no intestino.

Exame de fezes

O exame de fezes é um método primário que pode ser adotado para identificar alterações no funcionamento do intestino. Pode ser realizado para investigar a imunoquímica fecal, a presença de sangue oculto nas fezes ou de DNA de células mutantes.

No entanto, esse exame não diagnóstica o câncer colorretal em si, pois aponta para alterações que podem indicar a doença. Por isso, quando identificada qualquer alteração há necessidade de complementar a investigação com outros métodos, como a colonoscopia.

Exame de sangue

O exame de sangue pode ser realizado tanto com o intuito de diagnosticar o câncer quanto para monitorar a doença e avaliar a resposta do organismo ao tratamento. É realizado como hemograma completo, de enzimas hepáticas ou marcadores tumorais.

No hemograma completo é possível analisar a presença de anemia por causa de sangramentos intestinais desencadeados pela doença. No exame enzimático verificamos as funções hepáticas para determinar se o câncer atingiu o fígado. Já no caso dos marcadores tumorais, como o antígeno carcinoembrionário e o CA 19.9, o exame é feito para monitorar o tratamento.

A mortalidade decorrente do câncer colorretal ainda é alta porque geralmente o diagnóstico da doença é tardio, dificultando o tratamento. Assim, é fundamental ficar atento aos sintomas e qualquer alteração no funcionamento do intestino ou nas fezes, bem como desconfortos orgânicos em geral, para buscar ajuda médica o quanto antes.

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Profº Dr. Luiz Carneiro
CRM: 22.761/SP
Diretor do Serviço de Transplante e Cirurgia do Fígado do Hospital das Clínicas, professor da FMUSP e chefe do Departamento de Gastroenterologia da FMUSP.
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