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Pedra na vesícula: qual a forma de tratamento?

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A imagem mostra uma mulher com as duas mãos na região da barriga, demonstrando desconforto

Pedra na vesícula, ou cálculo biliar, é o nome dado ao problema que se caracteriza pela formação de pequenas pedras na vesícula biliar. Ela é responsável por armazenar temporariamente a bile para secretá-la em seguida, favorecendo o processo digestivo.

A bile é constituída por diversas substâncias diferentes, mas quando há um desequilíbrio em sua composição, ocorre a formação dessas pedras. Na maioria dos casos isso ocorre por causa do colesterol precipitado nos sais biliares e de gordura no sangue (dislipidemia).

As pedras podem ficar alojadas na vesícula e não causar incômodos, mas existe a possibilidade de ficarem presas no duto biliar de saída da vesícula, bloqueando o fluxo da bile. Quando isso acontece o indivíduo sente dores intensas que podem vir acompanhadas de náuseas, vômitos e febre. Geralmente as dores se manifestam após as refeições. Outras complicações são as pedras se movimentarem e saírem da vesícula e ficarem na via biliar principal e pâncreas.

As pedras na vesícula podem causar complicações como inflamações e infecções, por isso, é fundamental que elas sejam devidamente tratadas, e é sobre isso que falaremos neste artigo. Continue lendo para conhecer as opções de tratamento e em quais casos elas são indicadas.

Adequações alimentares

Conforme explicamos, a formação de pedras na vesícula está muito relacionada a alimentação e a precipitação de sais biliares com colesterol, sendo assim, quando esses cálculos ainda estão pequenos, não provocam sintomas nem estão causando a obstrução dos canais, é possível fazer adequações alimentares para evitar que o problema se agrave.

O ideal é que o cardápio seja organizado com alimentos com baixo teor de gorduras trans e saturadas. Também é importante reduzir o consumo de massas compostas por farinha de trigo branca e, ao mesmo tempo, aumentar a quantidade de fibras. Aumentar hidratação e ingestão de líquidos.

Portanto, para se evitar a formação de pedra na vesícula feito por meio da alimentação inclui acrescentar ao cardápio:

  • alimentos integrais;
  • grãos integrais;
  • verduras;
  • legumes;
  • frutas.

Ao mesmo tempo é preciso evitar ao máximo:

  • frituras;
  • margarina;
  • queijos amarelos;
  • leite integral;
  • carnes processadas;
  • alimentos industrializados.

A ingestão de água, sucos naturais ou chás, preferencialmente sem açúcar, também contribui de forma significativa com a hidratação orgânica e o tratamento.

Medicamentos

Os medicamentos indicados estão relacionados principalmente para aliviar os sintomas, como analgésicos e anti eméticos.

Cirurgia

O tratamento cirúrgico é realizado com o intuito de fazer a retirada da vesícula. Como ela serve apenas de passagem para a bile, não existe nenhum inconveniente para o paciente viver sem ela, visto que a substância será secretada diretamente no intestino, sem fazer essa parada.

A cirurgia é indicada para as pessoas que apresentam pedras e também aquelas estão manifestando sintomas do problema. O profissional pode adotar a técnica por laparoscopia, robótica ou a cirurgia aberta. Ambas são boas opções porque oferecem uma solução definitiva para o problema.

A cirurgia continua sendo o tratamento mais adotado por eliminar o risco de as pedras se formarem outra vez. Afinal, em todas as outras terapias existe a possibilidade de os cálculos voltarem e provocarem complicações como:

  • inflamações na vesícula;
  • obstrução dos ductos;
  • infecção bacteriana;
  • pancreatite aguda.

Confira também, meu vídeo relacionado sobre o tema, abaixo:

Caso você sinta algum tipo de desconforto abdominal após as refeições é muito importante que procure um médico. Quando o quadro se torna recorrente ele não é uma simples indigestão e precisa ser investigado mais a fundo, uma vez que, como você viu, as pedras na vesícula podem causar esse desconforto e, se não tratadas, levam a complicações maiores.

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Profº Dr. Luiz Carneiro
CRM: 22.761/SP
Diretor do Serviço de Transplante e Cirurgia do Fígado do Hospital das Clínicas, professor da FMUSP e chefe do Departamento de Gastroenterologia da FMUSP.
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