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Transplante de Fígado: existem riscos para o doador vivo?

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O fígado é um dos órgãos mais importantes do sistema digestório, responsável pelo metabolismo de diversas substâncias, responsável pela coagulação, entre outras funções vitais. Porém, quando acometido por alguma doença que evolui para um estágio avançado e irreversível, a cirrose, pode ser necessário o transplante de fígado.

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No post de hoje, vamos falar um pouco mais sobre esse assunto, como funciona a cirurgia e se existem riscos para o doador vivo. Acompanhe!

Como funciona o Transplante de Fígado?

O transplante de fígado é uma cirurgia indicada para indivíduos que apresentam doenças no fígado em estágio avançado, como cirrose hepática, insuficiência hepática, câncer de fígado ou hepatite, que comprometem a função do órgão

A grande maioria dos casos é transplante com doador falecido, ou seja, alguém que apresenta morte encefálica e sua família decide doar os órgãos, e então esse fígado do doador é transplantado para um receptor que está em lista de espera.

A Preparação do doador vivo

Em geral, o transplante inter vivos, mais realizado em adultos, é com a doação do lobo hepático direito, que consiste na retirada de aproximadamente 70% do fígado do doador vivo. Em alguns casos, quando a cirurgia é feita em crianças, é transplantado o lobo esquerdo de um doador vivo adulto para um receptor pediátrico

Após preencher os critérios de seleção pré-estabelecidos pela equipe médica, o candidato ao transplante começa um processo de preparação, que envolve exames de imagem, de sangue e algumas consultas.

Quando os exames de sangue são coletados, é realizada a tipagem sanguínea. Os exames do fígado são feitos para verificação das enzimas hepáticas e confirmar se está tudo certo com o órgão.

Outros exames coletados são o de colesterol, função renal e função da tireoide, para ter certeza de que o doador vivo não apresenta nenhuma alteração prejudicial ao receptor.

Vale ressaltar que, quando o transplante é indicado, é importante que o paciente mantenha uma dieta equilibrada e saudável, para evitar maiores complicações ao fígado. 

O Transplante de Fígado é arriscado para o doador vivo?

Os riscos para o doador vivo são considerados relativamente pequenos. Isso porque a cirurgia estabelecida é bastante segura.

Mas, ainda assim, podem haver algumas complicações como infecções na ferida, pneumonia, trombose dos membros inferiores, entre outras. Em geral, essas complicações ocorrem de 12 a 15% dos doadores

Também existe o risco de óbito, porém com uma porcentagem bem menor, de aproximadamente 0,05%.

Por isso, é fundamental que o doador vivo seja bem orientado pelos médicos e esteja ciente dos possíveis riscos antes de decidir realizar a cirurgia. 

Caso as complicações não aconteçam, o tempo de internação pode variar de uma a duas semanas,  podendo retomar suas atividades habituais normalmente.

Você já fez um transplante de fígado ou conhece alguém que fará a cirurgia? Possui mais alguma dúvida sobre o assunto?

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Profº Dr. Luiz Carneiro
CRM: 22.761/SP
Diretor do Serviço de Transplante e Cirurgia do Fígado do Hospital das Clínicas, professor da FMUSP e chefe do Departamento de Gastroenterologia da FMUSP.
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