Fale conosco

Quando a cirurgia para câncer de esôfago é a melhor opção?

Índice

A cirurgia pode ser a melhor opção para o câncer de esôfago em estágios específicos. Entenda quando ela é indicada, quais são as principais técnicas utilizadas e como ocorre a recuperação após o procedimento. Entenda mais sobre esse assunto!

Imagem em tons de vermelho mostrando uma representação 3D de um tumor no interior do esôfago, ilustrando o câncer esofágico.

O câncer de esôfago é uma doença grave que afeta milhares de pessoas no mundo. Embora o tratamento varie conforme o estágio da doença, em muitos casos a cirurgia é a melhor opção para aumentar as chances de cura. 

A esofagectomia, que consiste na remoção parcial ou total do esôfago, pode ser indicada quando o tumor está localizado e não há metástases avançadas. A decisão cirúrgica leva em conta diversos fatores clínicos e deve ser bem avaliada. 

Neste artigo, abordaremos os critérios para indicar a cirurgia no câncer de esôfago, as principais técnicas cirúrgicas e como elas funcionam e a recuperação e qualidade de vida após a esofagectomia. Leia até o final e saiba mais!

Critérios para indicar a cirurgia no câncer de esôfago

A cirurgia para câncer de esôfago não é indicada em todos os casos. O procedimento é geralmente recomendado quando há possibilidade de remoção completa do tumor, sem metástases avançadas. Alguns critérios principais incluem:

  • Estágio do câncer: Tumores localizados nos estágios iniciais (I e II) são os melhores candidatos à cirurgia. Em alguns casos de estágio III, a cirurgia pode ser combinada com quimioterapia e radioterapia.
  • Ausência de metástases à distância: Se o câncer já se espalhou para órgãos como pulmões e fígado, a cirurgia geralmente não é indicada, pois o impacto sobre a sobrevida é reduzido.
  • Condições clínicas do paciente: A cirurgia é um procedimento complexo e exige que o paciente tenha um bom estado geral de saúde para suportar a recuperação.
  • Localização do tumor: A posição do tumor no esôfago pode influenciar a escolha da técnica cirúrgica e a viabilidade do procedimento.

A decisão sobre a cirurgia deve ser feita por uma equipe multidisciplinar, considerando todos esses fatores para garantir o melhor prognóstico.

Principais técnicas cirúrgicas e como elas funcionam

Existem diferentes técnicas cirúrgicas para tratar o câncer de esôfago, e a escolha depende do estágio da doença, localização do tumor e condição do paciente. As principais abordagens incluem:

  • Esofagectomia trans-hiatal: Consiste na remoção do esôfago sem acessar o tórax. O acesso é feito pelo hiato do diafragma.
  • Esofagectomia transtorácica: Envolve o acesso ao tórax para a remoção do esôfago, ideal quando retirada do esôfago precisa ser completa.
  • Esofagectomia minimamente invasiva: Utiliza laparoscopia ou robótica para diminuir as incisões, melhorar o acesso e acelerar a recuperação.

Em muitos casos, a cirurgia pode ser combinada com outros tratamentos, como quimioterapia e radioterapia, para melhorar os resultados. O tipo de técnica escolhida impacta diretamente a recuperação e a qualidade de vida do paciente.

Recuperação e qualidade de vida após a esofagectomia

A recuperação após a esofagectomia exige cuidados específicos para garantir que o paciente consiga se alimentar e manter sua qualidade de vida. Alguns aspectos essenciais incluem:

  • Dieta e nutrição: Nos primeiros dias, o paciente recebe alimentação por sonda até que consiga ingerir líquidos e alimentos pastosos gradualmente.
  • Adaptação do sistema digestivo: Como o esôfago é removido parcial ou totalmente, o estômago precisa se adaptar a uma nova posição, o que pode causar refluxo e dificuldade para comer grandes volumes de alimento.
  • Monitoramento médico: Exames regulares são necessários para detectar possíveis complicações, como estreitamentos na nova conexão entre o estômago e o esôfago restante.
  • Qualidade de vida: Embora a recuperação possa ser desafiadora, muitos pacientes conseguem retomar uma vida relativamente normal após ajustes alimentares e acompanhamento médico contínuo.

A orientação nutricional e os cuidados pós-operatórios são fundamentais para garantir uma recuperação eficaz e melhorar a adaptação do paciente ao novo funcionamento do sistema digestivo.

Saiba mais: Alimentos muito quentes podem causar câncer de esôfago?

Profº Dr. Luiz Carneiro
CRM: 22.761/SP
Diretor do Serviço de Transplante e Cirurgia do Fígado do Hospital das Clínicas, professor da FMUSP e chefe do Departamento de Gastroenterologia da FMUSP.
Saiba mais sobre o autor
Gostou? Compartilhe!
Todos os comentários serão avaliados antes de serem aprovados.

Deixe o seu comentário!