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Doenças no fígado: Por que a mortalidade cresce no Brasil?

A doença no fígado é uma preocupação crescente no Brasil, impulsionada por vários fatores de risco significativos. Entre eles, destaca-se a alta endemia de infecção pelo vírus B em regiões específicas, como o norte do país.

No post de hoje, abordamos as principais doenças hepáticas e seus fatores de risco, incluindo infecções virais como o vírus B e C, esteatose hepática associada à obesidade, cirrose alcoólica e outras causas menos comuns. Acompanhe!

Fatores de Risco e Prevenção: Vírus B e C

Existem diversos fatores que têm contribuído para o aumento das doenças hepáticas no Brasil, um desses fatores principais é a alta endemia de infecção pelo vírus B em regiões específicas, especialmente no norte do país. Em áreas onde a infecção pelo vírus B é endêmica, quase toda a população pode ser afetada, sendo este vírus um potencial indutor de câncer hepático

Portanto, essa população deve ser considerada de alto risco, mesmo após o tratamento e a negativação do vírus, é crucial um acompanhamento rigoroso, pois o vírus pode integrar-se às células hepáticas, potencialmente levando ao desenvolvimento de câncer. Detectar esse processo precocemente é essencial, pois é possível tratar o câncer hepático em estágios iniciais.

Vacinação contra o Vírus B

A vacina contra o vírus B representa uma medida preventiva crucial. Além de prevenir a infecção, ela também impede o desenvolvimento de câncer hepático associado a esse vírus. A vacinação pode ser vista como uma forma pioneira de vacina contra o câncer hepático, eliminando o risco diretamente relacionado ao vírus B. Portanto, vacinar-se contra o vírus B é um passo importante na prevenção do câncer de fígado.

Impacto do Vírus C e Tratamentos Disponíveis

Outra infecção preocupante é causada pelo vírus C. Atualmente, existem tratamentos eficazes baseados em medicamentos orais, que têm uma alta taxa de sucesso na negativação do vírus. No entanto, mesmo após a remissão do vírus, pode haver cicatrizes nas células hepáticas, aumentando o risco potencial de desenvolver câncer. Embora o risco seja pequeno, pacientes tratados para o vírus C devem ser monitorados continuamente para detectar sinais precoces de câncer hepático.

Pacientes que já foram infectados pelo vírus C devem ser monitorados regularmente como população de risco. Embora o risco de desenvolver câncer hepático seja baixo após a negativação do vírus, é fundamental realizar exames periódicos como medida preventiva. Prevenir é sempre melhor do que remediar.

Impacto da Esteatose Hepática e Obesidade

Outra causa significativa de doenças hepáticas é a esteatose hepática, comumente associada à obesidade. A gordura abdominal, em particular, é extremamente prejudicial ao fígado. As partículas de gordura são absorvidas e processadas pelo fígado, causando inflamação hepática. A acumulação de gordura dentro do fígado pode levar a uma condição conhecida como esteato-hepatite, aumentando o risco de câncer hepático a longo prazo.

Cirrose Alcoólica: Consequências

A cirrose hepática causada pelo consumo crônico de álcool é um problema sério no Brasil. Esta condição pode progredir para cirrose, e pacientes com cirrose têm um risco elevado de desenvolver câncer hepático. O álcool é uma das principais causas de doenças hepáticas graves no país, exigindo atenção e cuidados médicos específicos.

Existem outras causas menos comuns de doenças hepáticas, incluindo doenças congênitas raras. Além disso, certos hábitos como o uso crônico de chás e substâncias específicas podem desencadear descompensações agudas e aumentar o risco de câncer hepático. É essencial discutir esses aspectos com um médico para avaliar o risco individual e estabelecer um plano de monitoramento adequado.

Riscos de Substâncias potencialmente danosas ao Fígado

Em certas regiões da África, o consumo frequente de amendoim está associado a uma infecção que pode aumentar o risco de câncer de fígado. Embora no Brasil haja poucos relatos desse problema específico, é importante cautela com o uso prolongado de amendoim e seus derivados, que teoricamente poderiam representar um risco semelhante.

Além do amendoim, outras substâncias também podem ser problemáticas para o fígado, como alguns tipos de chás que podem desencadear quadros agudos de doença hepática. Portanto, é fundamental evitar o consumo crônico dessas substâncias, especialmente entre pessoas obesas com esteatose hepática, pois isso pode aumentar significativamente o risco de complicações graves.

Alerta sobre Tratamentos Não Comprovados

Globalmente, o aumento das doenças hepáticas está frequentemente associado a programas de cura milagrosa que prometem resolver rapidamente problemas de gordura no fígado e outras condições hepáticas. É essencial que as pessoas estejam cientes desses riscos e busquem orientação médica antes de embarcar em qualquer forma de tratamento. 

Essa precaução pode evitar complicações graves e garantir escolhas mais seguras para a saúde hepática a longo prazo.

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Profº Dr.Luiz Carneiro

CRM: 22.761/SP

Diretor do Serviço de Transplante e Cirurgia do Fígado do Hospital das Clínicas, professor da FMUSP e chefe do Departamento de Gastroenterologia da FMUSP.

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