Cientistas do Reino Unido (Universidade de Southampton) comprovam os benefícios do café para o fígado. Ele atua como um agente antifibrosante diminuindo a progressão de doenças hepática como a cirrose.
O fígado e o café
A cafeína e outros componentes como o cafestol, kahweol e ácido clorogênico se unem aos receptores de uma molécula, a Adenosina. Essa conjunção reduz o processo de fibrogênese hepática, ou seja, a função do fígado (leia também “Qual a função do fígado) fica preservada com a formação de tecidos com fibras de colágeno.
Ficou demonstrado que tomar até 5 xícaras de café por dia funciona como uma carapaça, um escudo, protegendo esse órgão de cirroses e tumores, ou atenuando, possíveis enfermidades.
A preservação do fígado, pela ação do café, acontece até mesmo nas pessoas que abusam do álcool. Um estudo do cientista Oliver Kennedy da Faculdade de Medicina da Universidade de Southampton, no Reino Unido, apresentado em março de 2016, comprovou que aqueles que bebiam café, apresentaram importante redução no risco do desenvolvimento de cirrose hepática. Esse trabalho foi feito em parceria com o cientista J A Fallowfield da Universidade de Edimburgo, na Escócia.
Também na Europa, desta vez na Holanda, pesquisadores da Universidade de Erasmus, em Roterdã, examinaram dados de 2400 pessoas com 45 anos ou mais. Ficou provado que quem consome 3 ou 4 xícaras de café por dia, protege o fígado contra a rigidez hepática, condição associada à cirrose.
Pesquisadores baseados na Universidade do Sul da Califórnia, nos Estados Unidos, investigaram como o café se comportaria nesse caso. Pessoas que tomavam de duas a três xícaras por dia corriam um risco 38% menor de ter câncer no fígado em comparação com quem mantinha distância dos goles.
No Japão, outra pesquisa da Universidade de Tohoku prova que pacientes com doença hepática crônica, consumidores de café, veem diminuir o risco de câncer primário do fígado. Os resultados valem tanto para o café normal quanto o descafeinado.
O câncer de fígado é o segundo tipo de câncer que mais mata no mundo. Os tumores surgem principalmente entre aqueles que já sofrem alguma doença hepática crônica. Segundo a Organização Mundial de Saúde, é o sexto câncer diagnosticado com maior frequência no mundo e a segunda causa de morte relacionada ao câncer mais comum.
Por fim, nas últimas décadas muito se falou que o café provocava câncer. Recentemente, a Organização Mundial de Saúde -OMS- retirou o café da lista de bebidas tidas por cancerígenas. Mas não vale exagerar, a bebida quente por anos a fio faz mal para o esôfago, a digestão, gera ansiedade e pode acarretar em distúrbios neurológicos assim como na dependência à cafeína.
Em tempo, o café rico em antioxidantes ajuda a proteger o coração, revela trabalho da Faculdade de Saúde Pública da USP. Segundo a cientista Andreia Miranda, os polifenóis do café tem um efeito protetor às doenças cardiovasculares. Quem consome entre uma e três xícaras de café por dia reduz em 55% as chances de ter pressão alta que sobrecarrega o coração.
Para se ter uma ideia, 2,30 bilhões de xícaras de café são consumidas no mundo diariamente.
À propósito, já tomou seu cafezinho hoje?