Apesar do apêndice ser um dos órgãos que auxiliam na digestão, a sua retirada não prejudica a saúde ou o funcionamento do organismo, e quando esse órgão está inflamado, a sua retirada pode ser essencial para salvar a vida do paciente.
Neste post, falaremos sobre a apendicite aguda e sobre a retirada do apêndice. Confira!
A evolução do tratamento da apendicite aguda
A apendicite aguda era uma das doenças que mais matava crianças e jovens há um século atrás, até 1900. Era uma doença muito grave, porque era uma infecção que se progredisse poderia levar a uma supuração, uma infecção abdominal, e naquele tempo não tinha antibióticos, então os doentes acabavam, na grande maioria, morrendo.
Graças a antibioticoterapia, que apareceu nos anos 20 e 30 (1920 e 1930), essa doença passou a ter uma evolução diferente, porque aí nós já poderíamos fazer cirurgias com a retirada do apêndice e usar os antibióticos, então, a grande maioria dos doentes passou a sobreviver às crises de apendicite aguda, em que o segredo hoje nós sabemos que é operar precocemente e usar antibiótico, para que a infecção não se torne disseminada para todo organismo ou para cavidade abdominal.
Diagnóstico da Apendicite
O problema, algumas vezes, é que ao invés de ficar na sua localização habitual, este apêndice pode estar ou para trás, ou muitas vez em outra localização, porque a anatomia mudou e você pode ter uma rotação do intestino e a dor acaba sendo em outro lugar, o que torna o diagnóstico difícil.
Hoje é possível se fazer o diagnóstico, porque quando o doente chega com febre e dor abdominal, na grande maioria dos bons hospitais se faz uma tomografia ou ultrassom, que faz o diagnóstico da apendicite.
Existe risco de morte?
As chances de morrer de apendicite existem em casos que tem uma evolução desfavorável, o que é muito raro, mas acontece. Então, se você tiver uma apendicite e não fizer o diagnóstico precoce ou não tratar, ela pode ser fatal, como era a 150/200 anos atrás, mas que hoje em dia é uma doença corriqueira e que nós tratamos sem grandes problemas.
Devo operar?
Agora existe uma corrente em países de primeiro mundo, em desenvolvimento ou desenvolvidos, que tem um grande acesso à saúde pública, mostrando que se a apendicite estiver no quadro muito inicial, é possível não operar e somente usar antibiótico.
Como cirurgião com experiência de muitos anos, eu sempre acho que nós sabemos que qualquer órgão quando tem a primeira infecção, o risco de ter a segunda é muito maior. Então, se estiver em condições seguras, em um hospital seguro, é de se considerar a retirada do apêndice. Mas se esse não for o caso, se não tiver um bom hospital e o quadro for mais leve, nós podemos tratar com antibioticoterapia e depois tratar onde tenha um suporte clínico bom.
Na opinião do Prof. Dr. Luiz Carneiro, a cirurgia ainda é a melhor opção.