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Esofagectomia: o que é?

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Esofagectomia: o que é? | Por Prof Luiz Carneiro CRM 22761 | Diretor do serviço de transplante e cirurgia do fígado do hospital das clínicas da faculdade de medicina da USP.

O esôfago é um órgão em formato tubular responsável por fazer a condução de alimentos sólidos e líquidos da boca até ao estômago. Quando ele apresenta algum tipo de problema, sendo uma deformação ou patologia, o indivíduo sente dificuldade ou pode ficar impossibilitado de se alimentar.

É isso o que acontece, por exemplo, com pessoas que ingerem substâncias ácidas acidentalmente ou não. Também em casos de câncer de esôfago existe a possibilidade de manifestar-se essa complicação dependendo do estágio da doença.

Para esses e outros casos uma alternativa é a realização da esofagectomia, uma cirurgia para retirada de parte ou da totalidade do esôfago. Neste artigo falaremos um pouco mais sobre essa técnica, a forma como pode ser realizada, seus riscos possíveis, entre outras informações. Continue lendo para saber mais!

Sobre a esofagectomia

O esôfago é um órgão fundamental para que possamos nos alimentar naturalmente. O esôfago existe após a faringe, ou seja, ele faz a conexão da garganta e com a boca, digamos assim, o esôfago liga a boca com o estômago.

Ele precisa cumprir as suas funções perfeitamente para que a pessoa consiga deglutir os alimentos sem engasgar-se. No entanto, quando ocorrem complicações nesse tubo a alimentação se torna dificultada ou até mesmo impossibilitada, sendo necessário fazer uma intervenção.

A esofagectomia é a cirurgia recomendada para os casos em que a pessoa não consegue se alimentar em função de problemas no esôfago. Ela também é uma alternativa de terapia para o câncer nesse órgão, com o intuito de fazer a retirada do tumor.

Nesse caso, também são retirados tecidos e gânglios linfáticos localizados ao redor dele. Isso porque é preciso eliminar a possibilidade do câncer se espalhar. Assim, existe maior chance de cura para o paciente.

A esofagectomia é realizada tanto para retirada de parte como de todo o esôfago. A porção removida depende da extensão do dano ao órgão ou do estágio em que o câncer se encontra. Há casos em que é necessário retirar, também, uma pequena parte do estômago.

É possível realizar essa técnica de duas formas diferentes, sendo a esofagectomia aberta, na qual o cirurgião faz incisões no pescoço, tórax e abdômen, dependendo da melhor abordagem para cada paciente; e a esofagectomia minimamente invasiva, realizada por videolaparoscopia ou cirurgia robótica. Existe também a possibilidade de fazer a toracospcopia minimamente invasiva por toracoscopia.  

Embora ambos procedimentos sejam eficazes, no segundo caso existe mais vantagem para o paciente porque as cicatrizes são menores, assim como o tempo de internação, ocorre menos sangramento e são menores as chances de complicações no pós-operatório.

Para que o paciente possa continuar se alimentando normalmente pela boca o cirurgião faz a reconstrução do esôfago utilizando tecidos, como do estômago. Assim, ele é ligado á parte residual e saudável do órgão, no tórax ou no pescoço. A abordagem dependerá da necessidade do paciente em função da quantidade de esôfago removida.

Efeitos colaterais e complicações da esofagectomia

Assim como ocorre para a grande maioria das cirurgias a esofagectomia oferece risco de complicações e também pode causar efeitos colaterais. Algumas situações possíveis são:

  • complicações pulmonares: consideradas comuns, podendo acontecer em infecções respiratórias ou pneumonia;
  • alterações na voz: para alguns pacientes a voz pode passar por alterações em função da esofagectomia;
  • sangramento interno: no local onde o esôfago é ligado ao estômago pode acontecer um sangramento, no entanto, como houve avanços nos procedimentos cirúrgicos esse risco se tornou mais incomum;
  • estenose: caracteriza-se pelo estreitamento do canal, o que pode causar problemas para deglutir os alimentos, mas é possível aliviar ou reverter essa condição com uma endoscopia digestiva alta;
  • retardo do esvaziamento do estômago: existe a possibilidade de os nervos responsáveis pelas contrações estomacais serem afetados na esofagectomia, então, também acontece de o estômago demorar um pouco mais para esvaziar. Como consequência, podem acontecer náuseas e vômitos;
  • azia: esse é um dos sintomas que acontecem quando a bile entra no esôfago por causa da remoção do esfíncter inferior desse órgão ou da sua modificação. Mas essas manifestações são aliviadas com medicamentos específicos.

Também pode ocorrer:

  • reações à anestesia;
  • hemorragia;
  • coágulos de sangue nos pulmões ou outras áreas;
  • infecções;
  • dor.

Todos esses sintomas e complicações recebem tratamento para elevar o quanto possível a qualidade de vida do paciente após a esofagectomia. De toda forma, ela é uma solução eficaz para tratar pacientes com câncer e que apresentam problemas no esôfago que interfiram em sua saúde.

Confira também, meu vídeo relacionado sobre o tema, abaixo:

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Profº Dr. Luiz Carneiro
CRM: 22.761/SP
Diretor do Serviço de Transplante e Cirurgia do Fígado do Hospital das Clínicas, professor da FMUSP e chefe do Departamento de Gastroenterologia da FMUSP.
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