A doação de órgãos é um ato de solidariedade que pode salvar vidas e devolver a esperança a milhares de pessoas que aguardam por um transplante. No Brasil, apesar dos avanços, ainda há desafios a serem superados, como o aumento do número de doadores e a conscientização da população sobre a importância desse gesto.
Neste post, vamos abordar como funciona o processo de transplante de órgãos, desde a compatibilidade entre doador e receptor até os aspectos legais e a importância de discutir o desejo de doar com a família.
Transplante de órgãos
O transplante de órgãos é um procedimento que salva vidas, onde o ideal é que o doador seja uma pessoa com morte encefálica. O órgão é retirado de alguém que já faleceu e transplantado para outra pessoa que precisa urgentemente do órgão para recuperar sua saúde. O objetivo do transplante é restabelecer a vida da pessoa que recebe o órgão, dando-lhe uma nova chance de viver.
Com o avanço dos transplantes e seus resultados favoráveis, a demanda por órgãos vem crescendo. Hoje em dia, mais diagnósticos são realizados, e as pessoas conhecem melhor a possibilidade de um transplante. Isso leva a um aumento na procura e, consequentemente, na necessidade de mais doadores. Entretanto, não há órgãos suficientes para todos que precisam, o que torna o processo seletivo e, muitas vezes, urgente.
Cenário Brasileiro
No Brasil, há uma média de 20 doadores por milhão de habitantes, enquanto na Espanha, por exemplo, esse número chega a 60. Essa diferença não se deve apenas ao desenvolvimento do país, mas também à educação e à vontade política de cada estado. Em estados como Paraná e Santa Catarina, a taxa de doadores chega a quase 50 por milhão de habitantes. Isso demonstra que a conscientização e a educação da população sobre a doação de órgãos são fundamentais para o aumento do número de doadores.
A importância da decisão antecipada
Um fator importante no processo de doação é que a família já tenha discutido e definido, previamente, a vontade de doar órgãos. Em momentos de perda, é difícil para as pessoas tomarem essa decisão de maneira rápida e objetiva. Assim, se a pessoa já manifestou o desejo de ser doadora, a família pode tomar a decisão com mais facilidade no momento adequado. É aconselhável que as pessoas discutam esse assunto em casa, em momentos tranquilos, para que a vontade de doar fique clara para todos.
Fila de transplante de órgãos
O sistema de transplantes no Brasil dá preferência na fila para aqueles pacientes que estão em estado mais grave, com risco iminente de vida. No entanto, também existem situações em que pacientes com sintomas severos, como confusão mental ou prurido (coceira), não recebem prioridade imediata. Em casos de urgência extrema, pode ser feito o transplante de um doador vivo, como quando alguém doa parte do fígado para uma pessoa que necessita urgentemente do órgão.
Compatibilidade entre doador e receptor
Para que um transplante seja realizado com sucesso, é essencial que haja compatibilidade entre o doador e o receptor. Primeiro, o tipo sanguíneo deve ser compatível. Por exemplo, o tipo O é doador universal e o tipo A é receptor. Além disso, a compatibilidade de peso também é um critério importante. Não é possível que uma pessoa de 40 kg receba o fígado de alguém que pesa 150 kg, e vice-versa. Há uma margem de variação de 20 a 30% no peso entre doador e receptor que pode ser considerada aceitável.
Outro ponto essencial é a compatibilidade anatômica. Se houver muitas veias ou vias biliares no fígado a ser transplantado, o procedimento pode se tornar tecnicamente inviável, o que pode comprometer o sucesso da cirurgia no pós-operatório. Nesses casos, os médicos preferem não aceitar o órgão.
Aspectos legais da doação de órgãos
Do ponto de vista legal, a doação entre vivos pode ser feita sem ordem judicial, desde que o doador seja parente de até quarto grau do receptor. Ambos devem manifestar sua vontade e assinar um documento. Se o doador não for parente ou for de grau superior ao quarto, é necessário obter autorização judicial para que a doação aconteça.