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Afinal, o que pode causar esôfago de Barrett e quais os sintomas?

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 O esôfago de Barrett é uma condição em que o revestimento do esôfago é substituído por tecido semelhante ao do estômago devido ao refluxo gastroesofágico crônico. Pode não apresentar sintomas, mas aumenta o risco de câncer de esôfago. Clique aqui e tire as suas dúvidas!

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O esôfago é um órgão muscular cuja principal função é transportar alimentos e líquidos ingeridos da boca para o estômago por meio de movimentos musculares coordenados conhecidos como peristaltismo. 

O esôfago é revestido por uma camada de tecido mucoso que protege suas paredes do conteúdo alimentar.  No caso do refluxo, há uma agressão a essa parede por conta do conteúdo ácido.

Quando esse ácido danifica cronicamente as células do esôfago, elas se modificam para tentar se adaptar, ficando semelhantes às células do estômago ou intestino. Assim, desenvolve-se o esôfago de Barrett.

O esôfago de Barrett é mais comum em homens do que em mulheres e é mais frequente em pessoas com mais de 50 anos. Além disso, a presença de refluxo crônico é um fator necessário para o desenvolvimento dessa condição.

Neste artigo, abordaremos em detalhes o que é o esôfago de Barrett, quais são as causas, quais os sintomas, qual a gravidade  e como é feito o diagnóstico e o tratamento. Leia até o final e tire as suas dúvidas!

Quais as causas do esôfago de Barrett?

O esôfago de Barrett é causado principalmente pelo refluxo gastroesofágico crônico, que ocorre quando o conteúdo ácido do estômago retorna ao esôfago com frequência, irritando e danificando o tecido de revestimento do esôfago. 

Esse refluxo pode ocorrer devido a uma variedade de fatores, como:

  • Hérnia de hiato: consiste em uma condição em que a parte do estômago se projeta para o tórax através de uma abertura no diafragma, aumentando o  refluxo ácido do estômago ao esôfago
  • Obesidade: o excesso de peso pode aumentar a pressão intra-abdominal, aumentando o refluxo 
  • Tabagismo: pode afetar o funcionamento do esfíncter esofágico inferior e aumentar a produção de ácido no estômago
  • Dieta: certos alimentos, como alimentos gordurosos, frituras, condimentados, bebidas com cafeína e álcool, podem relaxar o esfíncter esofágico inferior e aumentar a produção de ácido no estômago

Quais os sintomas do esôfago de Barrett?

O esôfago de Barrett em si não apresenta sintomas, o diagnóstico ocorre em exames endoscópicos, durante a investigação do refluxo ou de outros problemas de saúde. Os sintomas de refluxo e de suas complicações são: 

  • Azia e pirose: quando o ácido do estômago volta para o esôfago, causando uma sensação de queimação na garganta ou no peito
  • Dor retroesternal: algumas pessoas com refluxo muito intenso podem experimentar dor no peito que pode ser confundida até com problemas cardíacos
  • Disfagia: a agressão crônica pelo refluxo pode torná-lo menos elástico e mais estreito, isto é pode causar uma estenose, dificultando a passagem de alimentos e líquidos
  • Regurgitação 
  • Perda de peso: em casos mais graves, a disfagia pode levar à perda de peso

O esôfago de Barrett é grave?

O esôfago de Barrett é considerado uma condição pré-maligna, pois pessoas com essa condição têm um risco aumentado de desenvolver câncer de esôfago

No entanto, nem todas as pessoas com esôfago de Barrett desenvolvem câncer e, se detectado precocemente, o câncer de esôfago pode ser tratado adequadamente.

Por isso, é importante que pessoas com doença do refluxo e esôfago de Barrett realizem acompanhamento médico regular para monitorar quaisquer mudanças.

Como é o tratamento do esôfago de Barrett?

O tratamento do esôfago de Barrett depende da extensão e gravidade das alterações no tecido do esôfago, bem como dos sintomas do paciente. O objetivo do tratamento é reduzir a inflamação e o refluxo ácido, além de prevenir complicações, como o câncer de esôfago. As opções de tratamento podem incluir:

  • Medicamentos: para reduzir a acidez do estômago, como inibidores da bomba de prótons e antiácidos, podem ser prescritos para reduzir a inflamação e o refluxo ácido
  • Cirurgia: tratamento cirúrgico do refluxo diminui a agressão pelo ácido a longo prazo, de maneira que o próprio corpo cicatriza a inflamação que já foi causada
  • Ablação por radiofrequência: tratamento local, que usa energia de radiofrequência para remover as células anormais do esôfago
  • Acompanhamento: mesmo após o tratamento, é importante realizar exames de rotina para monitorar o esôfago e detectar precocemente qualquer sinal de recorrência ou progressão da condição.
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Profº Dr. Luiz Carneiro
CRM: 22.761/SP
Diretor do Serviço de Transplante e Cirurgia do Fígado do Hospital das Clínicas, professor da FMUSP e chefe do Departamento de Gastroenterologia da FMUSP.
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