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A influência da genética nas Doenças Hepáticas: o que se sabe?

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A genética desempenha um papel importante no desenvolvimento de doenças hepáticas. Conhecer os fatores hereditários pode auxiliar na prevenção e no manejo personalizado dessas condições. Descubra como a ciência vem avançando nesse campo. Entenda mais sobre esse assunto!


Imagem com ilustração de DNA em tons vibrantes e texto: "A influência da genética nas Doenças Hepáticas: o que se sabe?" ao lado do logotipo da clínica.

As doenças hepáticas possuem uma variedade de causas, e a genética desempenha um papel importante em algumas delas. 

Condições como a hemocromatose e a doença de Wilson são hereditárias e resultam de mutações genéticas que afetam o fígado, levando a danos significativos se não forem tratadas. 

Compreender o papel da genética no desenvolvimento dessas doenças é essencial para uma abordagem mais direcionada e preventiva. 

Neste artigo, abordaremos as principais doenças hepáticas hereditárias, como os genes afetam a progressão dessas doenças e a importância dos exames genéticos para prevenção. Leia até o final e saiba mais!

Principais doenças hepáticas hereditárias e suas características

Algumas doenças hepáticas possuem origem genética e são transmitidas hereditariamente, com mutações que afetam o metabolismo do fígado. Entre as principais condições, destacam-se:

  • Hemocromatose hereditária:
    • Causada por uma mutação que leva ao acúmulo excessivo de ferro no fígado e em outros órgãos, a hemocromatose pode resultar em danos hepáticos graves e até cirrose se não for tratada. 
    • Comum em algumas populações, especialmente de origem europeia, essa condição exige acompanhamento constante e tratamentos como flebotomias para reduzir os níveis de ferro.
  • Doença de Wilson:
    • Outra condição hereditária, a doença de Wilson ocorre devido a uma mutação que impede o metabolismo adequado do cobre. 
    • O acúmulo desse metal no fígado e no sistema nervoso pode causar danos graves. 
    • O tratamento geralmente envolve o uso de quelantes para reduzir os níveis de cobre.
  • Deficiência de alfa-1 antitripsina:
    • Embora afete primariamente o pulmão, essa deficiência genética também causa danos ao fígado, podendo levar a cirrose. 
    • A mutação afeta a produção de uma proteína que protege os tecidos, o que leva à inflamação hepática crônica.

Essas doenças exigem diagnóstico precoce e acompanhamento médico para que o tratamento minimize os impactos no fígado e a progressão dos sintomas.

Como os genes influenciam a progressão das doenças hepáticas

Os genes podem influenciar as doenças hepáticas tanto na suscetibilidade quanto na gravidade da condição. 

Mesmo em doenças hepáticas comuns, como a esteatose hepática não alcoólica, fatores genéticos podem desempenhar um papel importante ao lado do estilo de vida. Algumas influências genéticas relevantes incluem:

  • Mutação de genes específicos:
    • Em doenças como a hemocromatose e a deficiência de alfa-1 antitripsina, mutações em genes específicos são a causa primária.
  • Predisposição familiar:
    • Para algumas doenças, como a hepatite autoimune, a presença de histórico familiar aumenta o risco de desenvolvimento. 
    • Ainda que a genética não seja o único fator, ela pode predispor o indivíduo a responder de maneira mais agressiva a fatores ambientais ou imunológicos.
  • Inflamação e resposta ao dano:
    • A genética também influencia a resposta inflamatória e o processo de cicatrização no fígado. 
    • Algumas pessoas, por predisposição genética, podem ter uma resposta inflamatória exacerbada a lesões, o que contribui para a progressão da doença hepática.

Assim, o conhecimento genético é essencial para personalizar o tratamento, com estratégias preventivas que ajudam a retardar o avanço das doenças.

Exames genéticos e prevenção: quando investigar

Os exames genéticos são uma ferramenta importante para identificar a predisposição a doenças hepáticas hereditárias. 

Essa abordagem é útil não apenas para indivíduos com histórico familiar de doenças hepáticas, mas também para pessoas com sintomas sugestivos de condições específicas. Os exames mais comuns incluem:

  • Teste de mutação genética:
    • Exames de DNA podem identificar mutações em genes associados a doenças, facilitando o diagnóstico precoce.
  • Paineis genéticos para hepatologia:
    • Esses paineis analisam uma série de genes ligados a doenças hepáticas, fornecendo um panorama sobre o risco individual de várias condições hepáticas.
  • Triagem para familiares:
    • Em doenças hereditárias, familiares diretos do paciente são orientados a fazer exames genéticos, para avaliar o risco de desenvolverem a mesma condição.

Ao identificar uma predisposição genética, é possível implementar medidas preventivas que retardem a progressão das doenças hepáticas, incluindo mudanças de estilo de vida, uso de medicamentos e exames regulares para monitorar a saúde hepática.

Saiba mais: fígado aumentado – explorando as principais causas e condições.

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Profº Dr. Luiz Carneiro
CRM: 22.761/SP
Diretor do Serviço de Transplante e Cirurgia do Fígado do Hospital das Clínicas, professor da FMUSP e chefe do Departamento de Gastroenterologia da FMUSP.
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