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Quando e por que devemos fazer a biópsia do fígado?

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Por que fazer Biópsia do fígado? - Por Prof. Dr. Luiz Carneiro - USP - Hospital das Clínicas Divisão de Transplante de Fígado

Diversos exames são adotados por especialistas para examinar a saúde clínica dos pacientes. Seu caráter é tanto preventivo como para acompanhamento de casos e, ainda, a fim de obter diagnósticos mais precisos.

Isso porque, alguns exames nem sempre são capazes de identificar alterações mais específicas. Então, quando são percebidas ou suspeita das seguintes alterações, pode se avaliar a necessidade de outros procedimentos mais detalhado, como a biópsia do fígado. (Veja também como é feita a biópsia do fígado).

É sobre essa técnica que nós vamos conversar neste artigo para que você entenda quais são as suas aplicações. Continue lendo e descubra quando a biópsia do fígado é indicada e por que é necessário realizá-la.

O que é a biópsia do fígado?

A biópsia hepática (do fígado) é um procedimento realizado em ambiente preferencialmente hospitalar, sob os cuidados médicos, pois se trata de um procedimento invasivo que consiste na retirada de um pequeno fragmento (tecido do fígado) para futura análise da amostra por um médico patologista.

O intuito é analisar o que está causando as alterações que levaram a realização com a suspeita e alterações percebidas previamente nos exames não invasivos. Por meio dela é possível identificar alterações nas células do tecido do fígado.

Esse procedimento é simples, realizado com auxilio de exame de imagem (ultrassom ou tomografia) onde é extraída o tecido por via percutânea com o auxílio de uma agulha fina, e em alguns casos selecionados por videolaparoscopia ou transvenosa. Também pode ser realizada quando o paciente estiver sendo submetido a uma cirurgia exploradora de abdômen.

Quando é necessário realizar esse procedimento?

A biópsia do fígado não é um exame de rotina para todas as pessoas, ou seja, ela não faz parte do checkup como um hemograma. Geralmente esse procedimento é solicitado apenas quando existe suspeita de alterações no fígado do paciente.

Quando outros exames realizados anteriormente acusam algum estado anômalo no organismo, especificamente no fígado, por meio dos resultados obtidos poderá ser necessária a realização da biópsia. Portanto, essa técnica ajuda os especialistas a obterem um diagnóstico mais preciso para dar início ao tratamento adequado ou acompanhamento de doenças.

Isso é fundamental porque quando os exames não são conclusivos não é possível saber ao certo as alterações detectadas anteriormente. A biópsia do fígado, então, permite ter a certeza do quadro para guiar as melhores condutas.

O que a biópsia do fígado ajuda a identificar?

Como dito, a biópsia do fígado é um exame complementar que ajuda a obter um diagnóstico mais preciso quando há alterações específicas no fígado. Assim, por meio dela é possível avaliar com precisão as células e tecidos hepáticos normais, ou com infiltração de gordura, hepatites, nódulos hepáticos, fibrose hepática, cirrose e de células cancerígenas.

Ela também é eficaz quando um paciente é diagnosticado com hepatite do tipo B ou C. Nesse caso, por meio dela é possível avaliar o grau dessas doenças para proceder conforme a necessidade.

Outra aplicação desse procedimento é para analisar se as medidas terapêuticas adotadas estão de fato surtindo efeitos positivos para o fígado. Em resumo, ajuda a observar se o tratamento indicado para o paciente está promovendo melhoras.

Como a biópsia do fígado é eficaz para ajudar no diagnóstico do câncer, os pacientes podem encarar com certo espanto quando esse procedimento é solicitado. Porém, é importante entender que não são todos os casos suspeitos que são confirmados.

A biópsia é importante justamente para que se possa ter certeza do quadro clínico do paciente. Afinal, nem todas as alterações nos exames são de fato no fígado e nem sempre elas indicam um problema mais complexo ou grave.

Por isso, esse exame é fundamental para determinar o tratamento adequado em cada caso. Quando realizado por um profissional experiente, trata-se de um método muito seguro, para o qual as complicações são muito raras e também reversíveis.

Confira também, meu vídeo relacionado sobre o tema, abaixo:

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Profº Dr. Luiz Carneiro
CRM: 22.761/SP
Diretor do Serviço de Transplante e Cirurgia do Fígado do Hospital das Clínicas, professor da FMUSP e chefe do Departamento de Gastroenterologia da FMUSP.
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