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Lama Biliar: a cirurgia é o único tratamento?

Índice

A lama biliar, por si só, não é uma condição que geralmente requer tratamento cirúrgico. Entender seu papel no organismo pode nos ajudar a compreender melhor essa condição.

Neste texto, vamos explorar o que é a lama biliar, como ela se forma e qual é o seu impacto na saúde digestiva. Confira!

História e a função da vesícula biliar

Voltando milhares de anos atrás, quando as pessoas saíam para caçar, a incerteza sobre encontrar comida levava a uma prática de comer em grande quantidade quando algo era encontrado. Isso preparou os órgãos, incluindo a vesícula biliar, para acumular bile em grandes quantidades.

A vesícula tem a função de armazenar a bile, que é liberada para auxiliar na digestão quando comemos em excesso. Esse líquido torna-se mais concentrado durante períodos prolongados de jejum, sendo viscoso ao ponto de lembrar uma saliva espessa.

O que é a lama biliar?

Quando examinada em exames como ultrassom ou endoscopia, a vesícula pode parecer conter “lama biliar”, uma bile muito concentrada que se assemelha a microcálculos. É crucial diferenciar isso de microcálculos reais, que podem levar a complicações como pancreatite.

Os microcálculos são uma causa significativa de pancreatite, especialmente em mulheres, representando cerca de 70% dos casos dessa condição. São como pequenas pedras dentro da vesícula, requerendo atenção médica cuidadosa.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico da lama biliar e dos microcálculos depende em grande parte dos sintomas do paciente. Alguns podem apresentar cólicas intensas após as refeições, especialmente após o consumo de alimentos gordurosos.

Se os sintomas estão associados aos microcálculos, a cirurgia pode ser indicada. No entanto, se for apenas a lama biliar, o tratamento pode envolver hidratação e cuidados especiais, sem necessidade imediata de intervenção cirúrgica.

Conclusão

É fundamental buscar orientação médica se houver sintomas de problemas na vesícula biliar. Com uma avaliação clínica adequada, é possível determinar se a condição requer tratamento cirúrgico ou se medidas conservadoras são suficientes para aliviar os sintomas.

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Profº Dr. Luiz Carneiro
CRM: 22.761/SP
Diretor do Serviço de Transplante e Cirurgia do Fígado do Hospital das Clínicas, professor da FMUSP e chefe do Departamento de Gastroenterologia da FMUSP.
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