Cada um dos órgãos do corpo humano é formado por células específicas que podem ser até mesmo exclusivas. Elas ficam restritas a essa estrutura, mas há casos em que anomalias se apresentam e essas células acabam se desenvolvendo em lugares diferentes do habitual.
Um exemplo dessa condição é o pâncreas ectópico, uma má-formação caracterizada pela presença de tecido pancreático em locais como estômago, esôfago, vias biliares, duodeno e outros. Como não deveria estar ali, há casos em que esse problema desencadeia sintomas, incômodos para o indivíduo, havendo necessidade de tratamento.
Neste artigo explicaremos melhor o que é o pâncreas ectópico e apresentaremos as formas de tratamento para essa condição. Continue lendo e entenda também o que faz com que essas células se desenvolvam no lugar errado.
O que é o pâncreas ectópico?
O pâncreas ectópico é classificado como uma má formação que acontece durante o desenvolvimento embrionário. É considerada como uma condição incomum que consiste na presença de tecidos do pâncreas fora desse órgão.
É mais comum que esse tecido seja encontrado no estômago, no entanto, ele também pode se localizar no esôfago, duodeno, vias biliares e até mesmo no intestino delgado, condição ainda mais rara.
Não é considerado como um problema grave, porque na grande maioria dos casos o pâncreas ectópico não apresenta sintomas nem oferece o risco do desenvolvimento de câncer. No entanto, quando as formações são maiores, medindo mais do que 1,5 cm, o indivíduo pode ter incômodos. O mesmo se dá em função da localização da lesão.
Nesses casos, a secreção das enzimas pancreáticas desencadeia uma inflamação no local, e é por isso que se manifestam os sintomas. Também existe a possibilidade de ocorrerem complicações no pâncreas normal, como hemorragias, pancreatite e o desenvolvimento de células malignas, mas isso é visto com menor frequência.
Quando o pâncreas ectópico desencadeia sintomas eles são clínicos e inespecíficos, como:
- dor na parte superior do abdômen;
- náusea;
- vômito;
- distensão abdominal;
- fezes pastosas escuras e fétidas.
Outros sintomas dispépticos também podem acontecer prejudicando a alimentação do indivíduo em função dos incômodos que isso causa. Portanto, é importante o diagnóstico e tratamento quando o pâncreas ectópico passa a afetar a qualidade de vida do indivíduo.
Quais são os tratamentos do pâncreas ectópico?
Nem sempre os pacientes que têm pâncreas ectópico recebem tratamento. Na verdade, há casos em que o indivíduo convive com essa condição se nem ao menos saber que é portador dela. Isso porque, como geralmente não desencadeia sintomas, o problema não é percebido.
Além disso, muitas vezes o seu diagnóstico é dificultado, então, a descoberta dessa condição é feita de forma incidental, sendo observada uma pequena massa com consistência emborrachada e que se localiza na maioria dos casos na submucosa.
Para se ter certeza de que se trata de pâncreas ectópico são adotados procedimentos diagnósticos como:
- Biópsia;
- Endoscopia;
- Laparotomia;
- Necropsia;
- Laparoscopia.
Para esses casos em que o indivíduo não apresenta manifestações incômodas o problema não exige tratamento, somente é acompanhado para observar a sua evolução. Mas para os pacientes que apresentam sintoma é necessária a intervenção cirúrgica.
O procedimento varia se em função do tamanho e do tipo de tecido encontrado, bem como o local onde ele está, sendo na mucosa ou submucosa. O tratamento é feito por meio da ressecção da lesão por endoscopia ou via cirúrgica.
A primeira técnica é indicada para as lesões menores, inferiores a 2cm, superficiais e pediculada. O procedimento cirúrgico é recomendado nos casos em que a endoscopia é ineficaz, as lesões são mais profundas e apresentam maiores dimensões.
Há profissionais que defendam a intervenção também nos casos de pâncreas ectópico assintomático. No entanto, seu manejo ainda é controverso, apesar de que isso poderia evitar complicações no futuro. De toda forma, o acompanhamento clínico é muito bem aceito.
Ao receber o diagnóstico de um pâncreas ectópico não é preciso ser alarmar. Afinal, essa condição na maioria das vezes não oferece riscos maiores para o paciente, e ela pode ser tratada sem complicações.
Confira também, meu vídeo relacionado sobre o tema, abaixo: