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Tempo de regeneração do fígado após transplante

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O fígado é um dos poucos órgãos do corpo humano com alta capacidade de regeneração. Após um transplante hepático com doador vivo, tanto o doador quanto o receptor passam por processos distintos de recuperação. Entenda como funciona essa regeneração e o que influencia na recuperação de cada paciente.

Riscos e recuperação do doador em transplante de fígado

Regeneração do fígado no doador

O doador vivo de transplante de fígado se regenera muito rapidamente, de forma bastante acelerada. Em cerca de 15 dias, estima-se que aproximadamente 70% ou mais da função hepática já esteja restabelecida.

Essa regeneração ocorre funcionalmente, não necessariamente em tamanho ou peso, mas sim em termos de capacidade de funcionamento. Exames indicam que, após 30 a 40 dias, o fígado do doador já apresenta uma reserva funcional equivalente à de um fígado normal.

De modo geral, considera-se que em duas semanas já se atinja entre 60% e 70% da função hepática, sendo que o restante da recuperação funcional ocorre em aproximadamente 30 dias.

Em relação ao receptor, é importante lembrar que o fígado doado é saudável e apenas uma parte dele é utilizada, por exemplo, no caso da doação do lobo direito, retira-se metade. A recuperação do doador costuma levar cerca de 15 dias.

Após a retirada, o fígado passa por procedimentos cirúrgicos, permanece preservado a -4 graus, e então é reimplantado no receptor. Muitas vezes, a recuperação do doador é mais rápida do que a do receptor.

Acredita-se que, entre 2 a 3 semanas após o transplante, o receptor já apresente uma reserva funcional de aproximadamente 50%. No entanto, sua recuperação costuma ser mais lenta, pois ele precisa fazer uso de medicamentos imunossupressores para evitar a rejeição, o que acaba interferindo no metabolismo como um todo.

Regeneração do fígado no receptor

A regeneração do fígado no doador, portanto, ocorre de forma mais ágil. Já no receptor, o processo depende também da condição clínica anterior, já que muitos pacientes estão bastante debilitados. Além disso, não é apenas o fígado que precisa se recuperar, ele também precisa contribuir para a recuperação de outros órgãos.

É comum que o pulmão apresente acúmulo de líquido, que as pernas estejam inchadas, o abdômen com ascite (acúmulo de líquido), ou até que o paciente apresente confusão mental. Isso significa que os resultados da cirurgia também estão relacionados ao ambiente fisiológico no qual o novo fígado foi inserido.

Diferentemente do doador, que é totalmente saudável e passa por uma bateria de exames antes da cirurgia, o crescimento do fígado ocorre de forma mais eficiente nesse caso.

Ainda assim, o processo é muito gratificante: em cerca de dois meses, tanto o doador quanto o receptor costumam estar bastante recuperados e funcionalmente íntegros.

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Profº Dr. Luiz Carneiro
CRM: 22.761/SP
Diretor do Serviço de Transplante e Cirurgia do Fígado do Hospital das Clínicas, professor da FMUSP e chefe do Departamento de Gastroenterologia da FMUSP.
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