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Quando é necessário realizar a hepatectomia?

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Quando é necessário realizar a hepatectomia? | Por Prof Luiz Carneiro CRM 22761 | Diretor do serviço de transplante e cirurgia do fígado do hospital das clínicas da faculdade de medicina da USP.

Assim como acontece como outras partes ou órgãos do corpo humano, o fígado pode ser tratado de algumas de suas condições por meio de cirurgia. Um dos procedimentos aplicados nesse caso é a hepatectomia, indicada para o tratamento de diversos problemas hepáticos.

Você sabe o que é essa cirurgia e como ela é realizada? Então continue lendo, porque explicaremos mais detalhes sobre a hepatectomia, bem como as suas indicações, para que você entenda quando esse procedimento é necessário.

O que é hepatectomia

A hepatectomia é uma cirurgia realizada no fígado e que consiste na remoção de parte dele ou da sua totalidade para tratar diversas condições e problemas que afetam esse órgão. O transplante de fígado, por exemplo, é um tipo de hepatectomia, seja o órgão doado vindo de um doador vivo ou falecido.

Como o fígado tem uma grande capacidade de se regenerar, é possível que uma parte dele seja retirada por meio desse procedimento cirúrgico. Após algum tempo ele se recompõe reconstruindo os seus tecidos para que volte a ter o volume adequado para o organismo do paciente.

A hepatectomia pode ser realizada pela técnica aberta, que consiste em fazer uma incisão na parte superior do abdômen. Mas também pode ser realizado o procedimento por vídeo-laparoscopia. Nesse caso, o cirurgião realiza a cirurgia guiado por uma câmera introduzida por um pequeno orifício.

Tipos de hepatectomia

Embora a hepatectomia tenha sempre o intuito de fazer a remoção do fígado, existem tipos diferentes dessa cirurgia dependendo do volume e porção do órgão que é retirada. Afinal, o fígado pode ser dividido em partes para extrair somente a porção necessária para tratar o paciente ou enviar ao doador, e ainda pode ser necessário retirar totalmente esse órgão.

Os tipos de hepatectomia são:

Segmentectomia:

Nessa técnica é retirado somente um segmento do fígado.

Bisegmentectomia:

A cirurgia recebe esse nome quando são retirados dois segmentos do órgão.

Trisegmentectomia direita:

É retirado o lobo direito do fígado e a metade anterior do lobo esquerdo.

Hepatectomia direta:

Quando o procedimento visa retirar o lobo direito do fígado.

Segmentectomia lateral esquerda: 

Nessa técnica os segmentos 2 e 3, que correspondem à metade do lobo esquerdo, são retirados.

Hepatectomia: 

Denominação da cirurgia quando somente o lado esquerdo do fígado é retirado.

Hepatectomia total:

Procedimento aplicado em casos de transplante de fígado, pois o órgão é retirado do organismo em sua totalidade para ser substituído por outro.

O tipo de cirurgia a ser realizada depende da necessidade de cada paciente e da região do fígado que foi afetada, bem como o intuito da realização desse procedimento.

Indicações dessa cirurgia

A grande maioria das hepatectomias são realizadas com o intuito de tratar neoplasias do fígado, ou seja, a formação de novos tecidos. Isso se dá tanto para as condições benignas quanto malignas, sendo assim, em casos de câncer.

As neoplasias benignas que podem ser tratadas por meio dessa cirurgia são, por exemplo, o hemangioma hepático e o adenoma hepatocelular (situações específicas) e sem indicação de cirurgia a hiperplasia nodular focal. Além delas, o procedimento também pode ser uma alternativa no tratamento de cálculos biliares intra-hepáticos classificados lesões de vias biliares intra-hepáticos, assim com doenças císticas de vias biliares.

Para os pacientes oncológicos, a hepatectomia é o procedimento indicado quando acontece a metástase, que são neoplasias malignas comuns no fígado. Elas têm origem do câncer colorretal, e a solução seria retirar a parte do órgão que foi afetada pelos tumores.

Outra condição cancerígena também tratada por meio da hepatectomia são os tumores malignos primários, como o carcinoma hepatocelular. Mas é importante ressaltar que a hepatectomia parcial apenas é realizada em pacientes que apresentam um bom estado de saúde e quando todo o tumor pode ser removido, mantendo-se uma parte saudável do fígado para que ele se regenere

Além disso, a hepatectomia precisa ser realizada nos transplantes e doações de fígado, como dito. Afinal, é necessário retirar o órgão em sua totalidade do receptor e do doador, quando morto. No caso de doador vivo é feita a hepatectomia parcial para que uma porção do seu órgão seja destinada ao receptor.

Confira também, meu vídeo relacionado sobre o tema, abaixo:

Assim como qualquer outro procedimento cirúrgico a hepatectomia pode ter riscos e complicações, inclusive levar à morte. Por isso, é fundamental que o procedimento seja realizado por cirurgiões experientes em clínicas com total suporte para garantir a segurança do paciente e atingir excelentes resultados.

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Profº Dr. Luiz Carneiro
CRM: 22.761/SP
Diretor do Serviço de Transplante e Cirurgia do Fígado do Hospital das Clínicas, professor da FMUSP e chefe do Departamento de Gastroenterologia da FMUSP.
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