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Hepatite B

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O QUE É HEPATITE B?

A doença é causada pelo vírus da hepatite B, também chamado de VHB. Quando entra no organismo, o vírus ataca os hepatócitos, as células do fígado. Desta forma, passa a se multiplicar, causando a inflamação do órgão. O vírus da hepatite B pode sobreviver no ambiente externo por diversos dias.

O período de incubação dura, em média, de um a quatro meses. O indivíduo que for infectado tem a possibilidade de desenvolver a hepatite aguda, a hepatite crônica, e a hepatite fulminante, considerada a forma mais grave da doença, e que pode levar ao óbito rapidamente.

Após diversos relatos de epidemias no passado, o vírus da hepatite B – o VHB – foi descoberto em 1965, pelo ganhador do Prêmio Nobel da Medicina Baruch Blumberg. Enquanto trabalhava no “National Institutes of Health (NIH)”, Baruch descobriu o Antigênio Austrália no sangue de aborígenes australianos, que mais tarde, veio a ser conhecido como sendo o antigênio de superfície Hepatite B, ou HbsAg.

COMO O VÍRUS DA HEPATITE B É TRANSMITIDO?

Presente no sangue, na saliva, no sêmen e nas secreções vaginais, pode ser transmitido de várias formas: via perinatal, quando a mãe passa para o feto na gravidez, durante e até mesmo depois do parto, por meio de pequenos ferimentos na pele, inclusive mucosas, e pelo uso de drogas injetáveis.

É importante destacar que, a relação sexual é um modo de transmissão bastante conhecido, pois o vírus atinge altas concentrações nas secreções sexuais. Desta forma, a hepatite B é uma doença sexualmente transmissível, tornando essencial o uso de preservativos.

QUAL É A DIFERENÇA ENTRE HEPATITE AGUDA E HEPATITE CRÔNICA?

A hepatite aguda é aquela que persiste por um curto período de tempo. Já a hepatite crônica pode se concentrar no organismo do paciente por um longo período, podendo levar à cirrose hepática.

QUAIS SÃO OS SINTOMAS?

Os sintomas da hepatite B são:

  • Náuseas;
  • vômitos;
  • febre;
  • fadiga;
  • mal-estar;
  • falta de apetite e dores no abdômen;
  • urina escura;
  • fezes mais claras e a chamada icterícia (pele amarelada).

No caso da hepatite aguda, pode ser que não cause sintomas ao paciente, ou até mesmo que os sinais passem despercebidos. A maioria dos pacientes conseguem eliminar o vírus do organismo e se curar definitivamente. Apenas em algumas situações, a doença pode tornar-se crônica.

Em alguns casos, existe a possibilidade de não haver sintomas por muitos anos. O grande problema é que os pacientes só procuram o médico em situações graves, quando os sinais de insuficiência hepática crônica começam a aparecer. Sua evolução dependerá de diversos fatores, entre eles a resposta imunológica do organismo e a replicação do vírus.

COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO?

O médico poderá obter o diagnóstico da doença a partir de exame físico e de sangue. Em casos mais avançados, pode ser necessário fazer a biópsia do fígado do paciente para avaliação. 

QUAIS SÃO AS FORMAS DE PREVENÇÃO?

É sempre importante ressaltar que a vacina é a melhor forma para prevenir a hepatite B e evitar futuras lesões no fígado. Geralmente, são três doses distribuídas a cada 30 dias. As pessoas que precisam tomar a vacina são: recém-nascidos, crianças que não foram vacinadas depois do nascimento, indivíduos com vida sexual ativa, quem convive com pacientes com hepatite B ou que necessitam de transfusões de sangue com frequência.

Além de todos já citados, pacientes submetidos à hemodiálise, usuários de drogas injetáveis, profissionais da área de saúde, doadores de órgãos sólidos e de medula óssea, policiais, manicures, podólogos, portadores de HIV e de imunodeficiências, vítimas de abuso sexual, população indígena, entre outros, devem se prevenir através da vacina.

QUAL É O TRATAMENTO?

Em grande parte das situações, o tratamento do tipo agudo é feito para combater os sintomas da doença, e também afastar ao máximo o risco de complicações do paciente. O repouso é considerado importante nesta fase.

Por isso, caso os sinais da hepatite B comecem a surgir, o ideal é procurar um médico que possa fazer o diagnóstico da doença, indicando assim o tratamento adequado.

Para os pacientes com hepatite B crônica, pode ser que exista a necessidade de utilizar remédios que inibem a replicação do vírus, e que atuam no controle da resposta inflamatória. No entanto, somente o médico saberá qual é a melhor forma de tratar a doença.

Em casos mais avançados, se a hepatite B crônica avançar para um caso mais grave – a cirrose – e o fígado for danificado seriamente pelo vírus, o médico poderá indicar o transplante de fígado.

Além disso, a vacina da hepatite B é muito importante, e caso o paciente não pertença ao grupo de risco, o médico deverá ser consultado para verificar a possibilidade de ser vacinado, e se informar sobre a distribuição gratuita da vacina pelo Sistema Único de Saúde.

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Profº Dr. Luiz Carneiro
CRM: 22.761/SP
Diretor do Serviço de Transplante e Cirurgia do Fígado do Hospital das Clínicas, professor da FMUSP e chefe do Departamento de Gastroenterologia da FMUSP.
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