O QUE É HEPATITE D?
A hepatite D trata-se de uma doença viral aguda que pode evoluir para forma crônica. Conhecida também como Delta, é uma forma de hepatite viral causada pelo vírus HDV, que sempre se manifesta na presença de outro tipo de hepatite, como a hepatite B.
O VHD (português) HDV é um pequeno vírus RNA, considerado um vírus subsatélite, já que depende do vírus do tipo B para contaminar uma pessoa.
O período de incubação da hepatite D dura entre 15 a 45 dias, e a sua presença no sangue é prolongada, podendo permanecer para sempre no organismo, o que pode originar formas mais graves da doença.
COMO SE DÁ A TRANSMISSÃO DO VÍRUS?
A hepatite D pode ser transmitida através de:
- Relações sexuais sem camisinha com uma pessoa infectada;
- compartilhar agulhas e seringas, lâminas de barbear, alicates de unha;
- de mãe para filho na gestação, parto ou amamentação;
- colocação de piercing e tatuagem com material contaminado;
- transfusão de sangue infectado.
QUAIS SÃO OS SINTOMAS?
Entre os principais sintomas da Hepatite D, estão:
- Cansaço;
- tontura;
- enjoo e ou vômito;
- febre;
- dor abdominal;
- pele e olhos amarelados;
- urina escura e fezes claras
Geralmente, esses sintomas aparecem depois de 30 dias de contaminação. Como a maioria das hepatites, a hepatite D pode ser assintomática e os sinais só aparecerem num estágio avançado.
O problema é que uma pessoa nunca sofre apenas de hepatite D: ou é infectada em simultâneo com o VHD e o VHB ou só contrai esta doença quando já tem hepatite B.
COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO?
O diagnóstico de hepatite aguda pode ser feito por exames laboratoriais, e incluem as dosagens de transaminases – ALT/TGP e AST /TGO – que denunciam a lesão parênquima hepático.
Outros exames solicitados são: tempo de protrombina, glicemia e a albumina. Indivíduos sintomáticos apresentam valor aumentado de aminotransferases. O diagnóstico da hepatite B pode ser feito pela pesquisa do vírus, através de sorologias da VHB.
COMO TRATAR A DOENÇA?
O tratamento da hepatite D é feito por meio de:
- Repouso absoluto;
- dieta pobre em gordura e rica em carboidratos;
- suspender o uso de álcool por 6 meses, no mínimo;
- remédios apenas com recomendação médica para não agravar o dano ao fígado.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, o interferon é um dos medicamentos prescritos para o problema, já que fortalece o sistema imunológico.
COMPLICAÇÕES
A hepatite D possui complicações prejudiciais ao fígado, como a cirrose e a insuficiência hepática. A gravidade da doença depende do momento da infecção pelo vírus D, que pode ocorrer ao mesmo tempo em que a contaminação pelo vírus B.
No caso de uma coinfecção, a hepatite D aguda pode ser severa, ou mesmo fulminante. Raramente, ela evolui para uma forma crônica, ao contrário do que acontece com a superinfecção, que provoca hepatite crônica em 80% dos casos, dos quais 40% evoluem para cirrose.
Como a superinfecção causa, geralmente, uma hepatite aguda grave, com um período de incubação lento, os sinais são idênticos aos das outras duas doenças (hepatite D e hepatite B).
Nos casos em que evolui para hepatite crônica, os sintomas são menos intensos do que na hepatite aguda. A evolução para cirrose acontece em 60% a 70% dos casos, e demora entre cinco a dez anos, mas pode ocorrer 24 meses após a infecção.
Em casos raros, a hepatite D pode causar hepatite fulminante com risco de morte, com sintomas como mudanças de personalidade, distúrbios do sono, confusão e dificuldade de concentração, comportamentos anormais, sonolência e, por último, estado de coma.
COMO PREVENIR?
Como a hepatite D só se desenvolve na presença do vírus B, é importante tomar as três doses da vacina contra a hepatite B. A segunda dose ocorre 30 dias após a primeira, e a última dose, seis meses após a primeira dose.
Deve-se lembrar sempre de não compartilhar:
- Alicates de unha;
- lâminas de barbear;
- escovas de dentes;
- seringas e agulhas de uso em drogas injetáveis;
- profissionais de saúde devem seguir as normas de biossegurança em procedimentos odontológicos e cirúrgicos;
- usar preservativo em todas as relações sexuais (vaginal, oral e anal).
A gestante deve fazer o pré-natal, e se constatada a hepatite, é fundamental evitar a contaminação de mãe para filho.