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Pâncreas ectópico: tratamento

Pâncreas ectópico: tratamento | Por Prof Luiz Carneiro CRM 22761 | Diretor do serviço de transplante e cirurgia do fígado do hospital das clínicas da faculdade de medicina da USP.

Cada um dos órgãos do corpo humano é formado por células específicas que podem ser até mesmo exclusivas. Elas ficam restritas a essa estrutura, mas há casos em que anomalias se apresentam e essas células acabam se desenvolvendo em lugares diferentes do habitual.

Um exemplo dessa condição é o pâncreas ectópico, uma má-formação caracterizada pela presença de tecido pancreático em locais como estômago, esôfago, vias biliares, duodeno e outros. Como não deveria estar ali, há casos em que esse problema desencadeia sintomas, incômodos para o indivíduo, havendo necessidade de tratamento.

Neste artigo explicaremos melhor o que é o pâncreas ectópico e apresentaremos as formas de tratamento para essa condição. Continue lendo e entenda também o que faz com que essas células se desenvolvam no lugar errado.

O que é o pâncreas ectópico?

O pâncreas ectópico é classificado como uma má formação que acontece durante o desenvolvimento embrionário. É considerada como uma condição incomum que consiste na presença de tecidos do pâncreas fora desse órgão.

É mais comum que esse tecido seja encontrado no estômago, no entanto, ele também pode se localizar no esôfago, duodeno, vias biliares e até mesmo no intestino delgado, condição ainda mais rara.

Não é considerado como um problema grave, porque na grande maioria dos casos o pâncreas ectópico não apresenta sintomas nem oferece o risco do desenvolvimento de câncer. No entanto, quando as formações são maiores, medindo mais do que 1,5 cm, o indivíduo pode ter incômodos. O mesmo se dá em função da localização da lesão.

Nesses casos, a secreção das enzimas pancreáticas desencadeia uma inflamação no local, e é por isso que se manifestam os sintomas. Também existe a possibilidade de ocorrerem complicações no pâncreas normal, como hemorragias, pancreatite e o desenvolvimento de células malignas, mas isso é visto com menor frequência.

Quando o pâncreas ectópico desencadeia sintomas eles são clínicos e inespecíficos, como:

  • dor na parte superior do abdômen;
  • náusea;
  • vômito;
  • distensão abdominal;
  • fezes pastosas escuras e fétidas.

Outros sintomas dispépticos também podem acontecer prejudicando a alimentação do indivíduo em função dos incômodos que isso causa. Portanto, é importante o diagnóstico e tratamento quando o pâncreas ectópico passa a afetar a qualidade de vida do indivíduo.

Quais são os tratamentos do pâncreas ectópico?

Nem sempre os pacientes que têm pâncreas ectópico recebem tratamento. Na verdade, há casos em que o indivíduo convive com essa condição se nem ao menos saber que é portador dela. Isso porque, como geralmente não desencadeia sintomas, o problema não é percebido.

Além disso, muitas vezes o seu diagnóstico é dificultado, então, a descoberta dessa condição é feita de forma incidental, sendo observada uma pequena massa com consistência emborrachada e que se localiza na maioria dos casos na submucosa.

Para se ter certeza de que se trata de pâncreas ectópico são adotados procedimentos diagnósticos como:

  • Biópsia;
  • Endoscopia;
  • Laparotomia;
  • Necropsia;
  • Laparoscopia.

Para esses casos em que o indivíduo não apresenta manifestações incômodas o problema não exige tratamento, somente é acompanhado para observar a sua evolução. Mas para os pacientes que apresentam sintoma é necessária a intervenção cirúrgica.

O procedimento varia se em função do tamanho e do tipo de tecido encontrado, bem como o local onde ele está, sendo na mucosa ou submucosa. O tratamento é feito por meio da ressecção da lesão por endoscopia ou via cirúrgica.

A primeira técnica é indicada para as lesões menores, inferiores a 2cm, superficiais e pediculada. O procedimento cirúrgico é recomendado nos casos em que a endoscopia é ineficaz, as lesões são mais profundas e apresentam maiores dimensões.

Há profissionais que defendam a intervenção também nos casos de pâncreas ectópico assintomático. No entanto, seu manejo ainda é controverso, apesar de que isso poderia evitar complicações no futuro. De toda forma, o acompanhamento clínico é muito bem aceito.

Ao receber o diagnóstico de um pâncreas ectópico não é preciso ser alarmar. Afinal, essa condição na maioria das vezes não oferece riscos maiores para o paciente, e ela pode ser tratada sem complicações.

Confira também, meu vídeo relacionado sobre o tema, abaixo:

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Profº Dr.Luiz Carneiro

CRM: 22.761/SP

Diretor do Serviço de Transplante e Cirurgia do Fígado do Hospital das Clínicas, professor da FMUSP e chefe do Departamento de Gastroenterologia da FMUSP.

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4 comments on “Pâncreas ectópico: tratamento”

  1. Depois de uma dor muito forte e dois dias de vezes muito escuras eu procurei um gastro e fiz uma endoscopia. Descobri então que tenho um tecido do pâncreas no estômago. O meu médico recomenda não remover, mas tenho sentido um incômodo. Agora é procurar outro médico para ouvir uma nova opinião.

    1. Olá, Rogerio. Acredito que sua decisão está certa! Muito bom ter duas opiniões, assim você consegue avaliar com qual médico se sente mais seguro e confortável!

      Espero ter ajudado e agradeço pelo comentário!

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