Logo | Dr. Luiz Carneiro CRM 22761
Home RobóticaContato

Hepatite D

Ao fundo da imagem, há uma representação gráfica do vírus da hepatite D

O que é Hepatite D?

A hepatite D trata-se de uma doença viral aguda que pode evoluir para forma crônica. Conhecida também como Delta, é uma forma de hepatite viral causada pelo vírus HDV, que sempre se manifesta na presença de outro tipo de hepatite, como a hepatite B.

O VHD (português) HDV é um pequeno vírus RNA, considerado um vírus subsatélite, já que depende do vírus do tipo B para contaminar uma pessoa.

O período de incubação da hepatite D dura entre 15 a 45 dias, e a sua presença no sangue é prolongada, podendo permanecer para sempre no organismo, o que pode originar formas mais graves da doença.

Como se dá a transmissão do vírus?

hepatite D pode ser transmitida através de:

  • Relações sexuais sem camisinha com uma pessoa infectada;
  • compartilhar agulhas e seringas, lâminas de barbear, alicates de unha;
  • de mãe para filho na gestação, parto ou amamentação;
  • colocação de piercing e tatuagem com material contaminado;
  • transfusão de sangue infectado.

Quais são os sintomas?

Entre os principais sintomas da Hepatite D, estão:

  • Cansaço;
  • tontura;
  • enjoo e ou vômito;
  • febre;
  • dor abdominal;
  • pele e olhos amarelados;
  • urina escura e fezes claras

Geralmente, esses sintomas aparecem depois de 30 dias de contaminação. Como a maioria das hepatites, a hepatite D pode ser assintomática e os sinais só aparecerem num estágio avançado.

O problema é que uma pessoa nunca sofre apenas de hepatite D: ou é infectada em simultâneo com o VHD e o VHB ou só contrai esta doença quando já tem hepatite B.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico de hepatite aguda pode ser feito por exames laboratoriais, e incluem as dosagens de transaminases – ALT/TGP e AST /TGO – que denunciam a lesão parênquima hepático. 

Outros exames solicitados são: tempo de protrombina, glicemia e a albumina. Indivíduos sintomáticos apresentam valor aumentado de aminotransferases. O diagnóstico da hepatite B pode ser feito pela pesquisa do vírus, através de sorologias da VHB.

Como tratar a doença?

O tratamento da hepatite D é feito por meio de:

  • Repouso absoluto;
  • dieta pobre em gordura e rica em carboidratos;
  • suspender o uso de álcool por 6 meses, no mínimo;
  • remédios apenas com recomendação médica para não agravar o dano ao fígado.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, o interferon é um dos medicamentos prescritos para o problema, já que fortalece o sistema imunológico.

Complicações

A hepatite D possui complicações prejudiciais ao fígado, como a cirrose e a insuficiência hepática. A gravidade da doença depende do momento da infecção pelo vírus D, que pode ocorrer ao mesmo tempo em que a contaminação pelo vírus B. 

No caso de uma coinfecção, a hepatite D aguda pode ser severa, ou mesmo fulminante. Raramente, ela evolui para uma forma crônica, ao contrário do que acontece com a superinfecção, que provoca hepatite crônica em 80% dos casos, dos quais 40% evoluem para cirrose.

Como a superinfecção causa, geralmente, uma hepatite aguda grave, com um período de incubação lento, os sinais são idênticos aos das outras duas doenças (hepatite D e hepatite B).

Nos casos em que evolui para hepatite crônica, os sintomas são menos intensos do que na hepatite aguda. A evolução para cirrose acontece em 60% a 70% dos casos, e demora entre cinco a dez anos, mas pode ocorrer 24 meses após a infecção.

Em casos raros, a hepatite D pode causar hepatite fulminante com risco de morte, com sintomas como mudanças de personalidade, distúrbios do sono, confusão e dificuldade de concentração, comportamentos anormais, sonolência e, por último, estado de coma.

Como prevenir?

Como a hepatite D só se desenvolve na presença do vírus B, é importante tomar as três doses da vacina contra a hepatite B. A segunda dose ocorre 30 dias após a primeira, e a última dose, seis meses após a primeira dose.

Deve-se lembrar sempre de não compartilhar: 

  • Alicates de unha;
  • lâminas de barbear;
  • escovas de dentes;
  • seringas e agulhas de uso em drogas injetáveis;
  • profissionais de saúde devem seguir as normas de biossegurança em procedimentos odontológicos e cirúrgicos;
  • usar preservativo em todas as relações sexuais (vaginal, oral e anal).

A gestante deve fazer o pré-natal, e se constatada a hepatite, é fundamental evitar a contaminação de mãe para filho.

Gostou? Compartilhe!
dr Luiz Carneiro sorrindo com braços cruzados

Profº Dr.Luiz Carneiro

CRM: 22.761/SP

Diretor do Serviço de Transplante e Cirurgia do Fígado do Hospital das Clínicas, professor da FMUSP e chefe do Departamento de Gastroenterologia da FMUSP.

magnifiercrossmenuchevron-down