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Diabetes tipo 1 e tipo 2

O que é diabetes?

Diabetes é uma doença crônica, que ocorre quando o pâncreas já não é capaz de produzir insulina, ou quando o corpo não pode fazer bom uso da insulina. 

Os principais tipos da doença crônica são diabetes tipo 1, diabetes tipo 2, diabetes autoimune latente do adulto (LADA), e diabetes tardia ou de adulto. 

Tipos de diabetes

Diabetes tipo 1

O diabetes tipo 1, anteriormente conhecido como diabetes juvenil, costuma ser diagnosticado em aproximadamente 5% das pessoas, entre crianças e adultos, e ocorre quando o pâncreas já não produz insulina. Desta forma, o corpo quebra os açúcares e os amidos ingeridos, e os transforma em um açúcar simples chamado glicose, que usa para energia.

A insulina é um hormônio que o corpo precisa para obter glicose da corrente sanguínea, e lançá-la nas células do corpo. Com a ajuda de terapia com insulina e outros tratamentos, até mesmo as crianças pequenas podem aprender a gerenciar suas condições, e viver vidas saudáveis ​​e longas.

O paciente com diabetes tipo 1 ou LADA, que surge no adulto, depende eternamente de injeções diárias de insulina para sobreviver. Hoje em dia, existem medicações modernas, que podem ser aplicadas por bombas instaladas junto ao corpo, ou em canetas aplicadas de 48 em 48 horas.

Diabetes tipo 2

O diabetes tipo 2 é conhecido também como diabetes não insulinodependente ou diabetes de início adulto, e representa 90% de todos os casos de diabetes. Caracteriza-se por resistência à insulina ou deficiência hormonal, as quais podem estar presentes no momento em que o diabetes é diagnosticado. O diagnóstico de diabetes tipo 2 pode ocorrer em qualquer idade.

Essa é uma diabetes que pode permanecer por muitos anos despercebida e sem um diagnóstico. Geralmente, o diagnóstico é feito após alguma complicação, ou com um teste rotineiro de sangue ou urina. Muitas vezes está associada ao excesso de peso ou a obesidade, o que pode causar resistência à insulina e levar a níveis elevados de glicose no sangue. 

As pessoas com diabetes tipo 2, geralmente, podem gerenciar sua condição através do exercício e da dieta. No entanto, ao longo do tempo, a maioria das pessoas passarão a usar remédios via oral ou insulina. Tanto o diabetes tipo 1, como o diabetes tipo 2, são sérios. Não existe uma diabetes leve. 

Diabetes gestacional

Esse é um tipo de diabetes que ocorre durante a gravidez, quando a mulher se encontra com níveis elevados de glicose. É possível dizer que 1 em cada 24 mulheres grávidas, em todo o mundo, sofrem complicações, e isso acaba sendo transmitido para o bebê.  

O diabetes gestacional, geralmente, desaparece após a gravidez, mas tanto as mães quanto os filhos têm um risco maior de desenvolver o diabetes tipo 2 após alguns anos. 

Aproximadamente, metade das mulheres com uma história clínica de diabetes gestacional continuam a desenvolver o diabetes tipo 2 dentro de cinco a dez anos, após o parto.

As mudanças na dieta e na atividade física, relacionadas ao desenvolvimento rápido e urbanização, levaram ao aumento do número de pessoas com diabetes.

Fatores de risco para diabetes tipo 2

Alguns fatores de risco de diabetes tipo 2 são:

  • História familiar de diabetes.
  • Excesso de peso.
  • Dieta insalubre.
  • Sedentarismo.
  • Aumento da idade.
  • Pressão alta.
  • Tolerância à glicose.
  • História de diabetes gestacional.

Complicações da diabetes

Pessoas com diabetes possuem um risco maior de desenvolver outros problemas de saúde, uma vez que, os altos níveis de glicose no sangue podem afetar o coração, os vasos sanguíneos, olhos, rins, nervos e dentes. Em quase todos os países de alta renda, o diabetes é uma das principais causas de doenças cardiovasculares, cegueira, insuficiência renal e amputação de membros inferiores. 

Manter os níveis de glicose no sangue, pressão arterial e colesterol perto do normal, pode colaborar no atraso ou prevenir complicações de diabetes. Portanto, pessoas com essa doença precisam de monitoramento regular.

Entre as complicações estão:

  • Doença cardiovascular: afeta o coração e os vasos sanguíneos, e pode causar complicações fatais, como a doença arterial coronariana (que leva ao ataque cardíaco) e o acidente vascular cerebral (AVC – derrame). A doença cardiovascular é a causa mais comum de morte em pessoas com diabetes. 
  • Doença renal (neuropatia diabética): causada por danos aos pequenos vasos sanguíneos nos rins, que os torna menos eficientes. A doença renal é muito mais comum em pessoas com diabetes, do que naquelas sem diabetes. 
  • Doença nervosa (neuropatia diabética): o diabetes pode causar danos aos nervos de todo o corpo, quando a glicemia e a pressão arterial estão muito altas. Isso pode levar a problemas digestivos, disfunção erétil e muitas outras funções.  O dano no nervo nessas áreas é chamado de neuropatia periférica, e pode levar a dor, formigamento e perda de sensação.
  • Doença ocular (retinopatia diabética): a maioria das pessoas com diabetes desenvolverá, de alguma forma, a doença ocular (retinopatia) causando visão reduzida ou cegueira. Consistentemente, altos níveis de glicose no sangue, juntamente com hipertensão arterial e colesterol alto, são as principais causas de retinopatia. 
  • Complicações de gravidez: as mulheres com qualquer tipo de diabetes, durante a gravidez, estão mais propensas à complicações, caso não monitorem e controlem suas condições. Para evitar possíveis danos aos órgãos do feto, as mulheres com diabetes tipo 1, ou diabetes tipo 2, devem atingir níveis de glicose alvo antes da concepção, para minimizar as complicações, pois a glicemia elevada pode levar o feto a desenvolver excesso de peso, dentre outros problemas.
  • Amputação: As pessoas com diabetes também apresentam o risco de amputação, que pode ser maior ou superior ao das pessoas sem diabetes. 

Prevenção da diabetes

Atualmente, o diabetes tipo 1 não pode ser prevenido. Os desencadeantes ambientais, que são pensados primeiramente, para o processo de destruição das células produtoras de insulina do corpo, ainda estão sob investigação.

Embora existam vários fatores que influenciam o desenvolvimento do diabetes tipo 2, é evidente que os mais influentes são os comportamentos e estilo de vida, comumente associados à urbanização. Além disso, incluem o consumo de alimentos processados, por exemplo, como os alimentos ricos em gordura, açúcar e carboidratos altamente refinados. 

Ao mesmo tempo, os estilos de vida modernos são caracterizados por inatividade física e longos períodos sedentários. Juntos, esses comportamentos estão ligados a um risco de sobrepeso ou obesidade, e o desenvolvimento de diabetes.

Uma série de programas de prevenção mostram que, a modificação desses comportamentos, com a ingestão diária de alimentos mais saudáveis e prática de atividade física, podem reduzir consideravelmente o risco de diabetes tipo 2. A fim de interromper o aumento do diabetes tipo 2, as populações inteiras devem mudar seus de estilos de vida, modificando a dieta e aumentando os níveis de atividade física.

Dieta saudável x risco de diabetes tipo 2

  • Água, café ou chá em vez de suco de frutas, refrigerantes ou outras bebidas açucaradas.
  • Três porções de vegetais todos os dias, incluindo vegetais de folhas verdes.
  • Três porções de frutas frescas todos os dias.
  • No lanche, escolha nozes, um pedaço de fruta fresca ou iogurte.
  • Reduzir a ingestão de bebida alcoólica.
  • Preferir cortes magros de carne branca, aves ou frutos do mar em vez de carne vermelha ou processada.
  • Escolher massas e pães integrais em vez de pão branco, arroz ou macarrão.
  • Valorizar gorduras insaturadas (azeite, óleo de canola, óleo de milho ou óleo de girassol) em vez de gorduras saturadas (manteiga, gordura animal, óleo de coco).

Genética do diabetes

Diabetes Tipo 1

Na maioria dos casos de diabetes tipo 1, as pessoas herdam a doença por fatores de risco de ambos os pais. Como a maioria das pessoas em risco não tem diabetes, os pesquisadores ainda querem descobrir quais são os desencadeantes ambientais.

Um gatilho pode estar relacionado ao clima frio. O diabetes tipo 1 desenvolve-se com mais frequência, no inverno do que no verão, e é mais comum em locais com climas frios. Outro gatilho pode ser um vírus. Talvez um vírus que tenha apenas efeitos leves, na maioria das pessoas, e desencadeia o diabetes tipo 1 em outras.

A dieta precoce também pode desempenhar um papel significativo. O diabetes tipo 1 é menos comum em pessoas que se alimentaram do leite materno quando bebês, e naqueles que consomem alimentos sólidos em idades posteriores.

Em muitas pessoas, o desenvolvimento de diabetes tipo 1 parece levar muitos anos. Em experimentos que acompanharam parentes de pessoas com diabetes tipo 1, os pesquisadores descobriram que a maioria, quando recebe o diagnóstico de diabetes, possui certos ‘auto anticorpos’ no sangue durante anos.

(Os anticorpos são proteínas que destroem bactérias ou vírus. Os auto anticorpos são anticorpos “malsucedidos”, que atacam os próprios tecidos do corpo).

Diabetes tipo 2

Alguns estudos foram realizados com gêmeos, e constataram que a genética desempenha um papel muito forte no desenvolvimento de diabetes tipo 2.

O estilo de vida também influencia no desenvolvimento da diabetes tipo 2, onde a obesidade em família, com hábitos similares de alimentação inadequada e pouco exercício, favorecem o surgimento da doença.

Riscos do seu filho ter diabetes

No diabetes Tipo 1

Em geral, se a pessoa é do sexo masculino e possui o diabetes tipo 1, as chances de o filho desenvolver diabetes são 1 em 17. Se for uma mulher com diabetes tipo 1, e o filho nascer antes de ela ter 25 anos, o risco da criança ter a doença será de 1 em 25. Se o bebê nascer depois de completar 25 anos, o risco será de 1 em 100. 

O risco do bebê é duplicado caso um dos pais desenvolveram o diabetes antes dos 11 anos. Se a mulher  e o parceiro tiverem diabetes tipo 1, o risco é entre 1 em 10, e 1 em 4 casos.

Os pesquisadores estão aprendendo a prever as chances de uma pessoa ter diabetes. Por exemplo, a maioria dos brancos com diabetes tipo 1, possui genes chamados HLA-DR3 ou HLA-DR4. Se os pais e o filho são brancos, e compartilham esses genes, o risco da criança é maior. Os genes suspeitos, em outros grupos étnicos, são menos bem estudados. O gene HLA-DR7 pode colocar os afro-americanos em risco, e o gene HLA-DR9 pode colocar os japoneses em risco.

Um teste especial diz como o corpo responde a glicose, e pode dizer também quais crianças em idade escolar apresentam maior risco. Outro teste, mais caro, pode ser feito para crianças que têm irmãos com diabetes tipo 1, e medirá os anticorpos contra insulina, células de ilhotas no pâncreas, ou uma enzima chamada de descarboxilase de ácido glutâmico.

No diabetes tipo 2

O diabetes tipo 2 ocorre em famílias. Em parte, essa tendência é decorrente de crianças aprendendo maus hábitos – tendo uma dieta nada saudável e não se exercitando. Mas há também uma base genética. À propósito, a obesidade provoca epidemia de diabetes tipo 2 em todo o mundo. 

Doença metabólica

O diabetes, associado com sobrepeso e o aumento da cintura abdominal, são fatores que produzem uma complicação no fígado, a chamada esteato hepatite não alcoólica. Aqui, existe agressão por tempo prolongado, e pode agredir da mesma maneira o fígado, sendo tão grave como o álcool, e levando o indivíduo à cirrose hepática e suas complicações.

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dr Luiz Carneiro sorrindo com braços cruzados

Profº Dr.Luiz Carneiro

CRM: 22.761/SP

Diretor do Serviço de Transplante e Cirurgia do Fígado do Hospital das Clínicas, professor da FMUSP e chefe do Departamento de Gastroenterologia da FMUSP.

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