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Câncer de pâncreas

Câncer no pâncreas tem cura se descoberto no início

O pâncreas é uma glândula que faz parte dos sistemas digestivo e endócrino, localizada atrás do estômago, entre o duodeno e o baço. As duas principais funções do pâncreas são a produção de insulina, hormônio que regula a glicose no sangue, e também a geração de enzimas digestivas, utilizadas para triturar os alimentos em partículas que vão ser absorvidas pelo organismo.

No Brasil, o câncer no pâncreas representa 2% dos casos de câncer – e 4% das mortes causadas pela doença, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). É mais comum em pessoas acima de 60 anos e tem maior incidência entre homens.

Por se tratar de uma doença muito agressiva, apenas 1 em cada 10 pessoas sobrevive mais do que 5 anos, revela a Pancreatic Cancer UK. O motivo é a descoberta tardia do tumor, que inviabiliza uma série de tratamentos. Um em cada três adultos com a doença ignoram os sinais, como perda de peso e cansaço, surgindo assim os altos índices de mortalidade.

Quais são os sintomas?

Os sintomas mais comuns de câncer no pâncreas são:

  • Forte dor no estômago e nas costas;
  • perda de peso rápida sem motivo;
  • indigestão;
  • mudanças nos hábitos intestinais, como fezes que flutuam;
  • diarreia;
  • fraqueza;
  • tontura;
  • perda de apetite;
  • icterícia (pele ou olho amarelado);
  • diagnóstico recente de diabetes;
  • dificuldade de engolir;
  • sensação de mal-estar;
  • coceira na pele;
  • coágulos sanguíneos – Por vezes, o primeiro sinal do câncer no pâncreas é o desenvolvimento de um coágulo de sangue numa veia da perna, denominado trombose venosa profunda.

Em algumas circunstâncias, um coágulo pode ir para os pulmões, dificultando a respiração, o que se denomina embolia pulmonar. Entretanto, ter um coágulo de sangue, geralmente, não significa ter câncer. A grande maioria dos coágulos de sangue é causada por outras razões.

Quais são os fatores de risco da doença?

  • Tabagismo – tem o risco aumentado de duas a seis vezes em relação aos não-fumantes e quanto maior a quantidade e o tempo de consumo, maior o risco
  • Ingestão prolongada de álcool
  • Consumo excessivo de gordura e carnes
  • Exposição a compostos químicos, como solventes e petróleo, por um longo tempo.
  • Pancreatite – Pessoas que sofrem de pancreatite crônica ou de diabetes mellitus, submetidas a cirurgias de úlcera no estômago ou duodeno, que sofreram retirada da vesícula biliar, bem como com histórico familiar de câncer têm mais chances de desenvolver a doença. Esse grupo deve se submeter a exames médicos periódicos

Como é feito o diagnóstico?

A localização do pâncreas, na cavidade mais profunda do abdômen, atrás de outros órgãos, prejudica a detecção do tumor, que em geral acontece tardiamente.

Entre os exames que podem ser solicitados estão os de sangue, fezes, urina, ultrassonografia abdominal, tomografia, ressonância nuclear de vias biliares e da região do pâncreas. A confirmação se dá por biópsia de tecido do órgão.

Raro antes dos 30 anos, torna-se mais comum a partir dos 60 anos. Segundo a União Internacional Contra o Câncer (UICC), os casos da doença aumentam com o avanço da idade: de 10/100.000 habitantes entre 40 e 50 anos para 116/100.000 habitantes entre 80 e 85 anos. A incidência é mais significativa em homens.

Tipo de tumores no Câncer de pâncreas

O tumor que atinge a cabeça do pâncreas provoca icterícia, doença que deixa a pele e os olhos amarelados (causada pela obstrução biliar). Quando o tumor avança, um alerta comum é a dor na região das costas, no início, de baixa intensidade, podendo ficar mais forte. Outro sintoma é o aumento do nível de glicose (açúcar) no sangue, causado pela deficiência na produção de insulina, principal função do pâncreas.

Os tumores de pâncreas mais comuns são do tipo adenocarcinoma (que se origina no tecido glandular), correspondendo a 90% dos casos diagnosticados. A maioria dos casos afeta o lado direito do órgão (a cabeça). As outras partes do pâncreas são corpo (centro) e cauda (lado esquerdo).

Os cânceres que começam na cabeça do pâncreas podem comprimir o ducto biliar, na parte proximal, levando à icterícia, isso quando ele se dissemina para o fígado. No entanto, o câncer não é a causa mais comum da icterícia. Outras causas, como cálculos biliares, hepatite e outras doenças do fígado, são muito mais comuns.

Como tratar?

O câncer de pâncreas tem chances de cura se for descoberto na fase inicial. Nos casos onde a cirurgia é uma opção, o mais indicado é a ressecção (retirada do tumor).

Há, ainda, os procedimentos de radioterapia e quimioterapia, associados ou não, que podem ser utilizados para redução do tamanho do tumor e alívio dos sintomas.

Para pacientes com metástases (disseminação do câncer para outras partes do corpo) a alternativa, como paliativo (apenas para alívio dos sintomas), é a colocação de endoprótese.

Como prevenir?

  • Não fumar;
  • Evitar a ingestão excessiva de bebidas alcoólicas;
  • Adotar dieta balanceada, rica em frutas e vegetais;
  • Prática de exercícios físicos;
  • Controle de peso e dos níveis de açúcar.
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dr Luiz Carneiro sorrindo com braços cruzados

Profº Dr.Luiz Carneiro

CRM: 22.761/SP

Diretor do Serviço de Transplante e Cirurgia do Fígado do Hospital das Clínicas, professor da FMUSP e chefe do Departamento de Gastroenterologia da FMUSP.

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