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Esquistossomose

O que é Esquistossomose?

Popularmente conhecida como barriga d´água ou doença do caramujo, a esquistossomose é uma infecção causada por parasitas do gênero Schistosoma mansoni, que se alojam nos vasos sanguíneos do sistema intestinal.

A doença se tornou crônica em alguns estados do país como Minas Gerais, Espírito Santo, Rio Grande do Norte, Paraíba, Sergipe, Espírito Santo, Maranhão, Bahia, Alagoas.

No Brasil, estima-se que 25 milhões de pessoas estejam sob o risco de contrair a esquistossomose, devido à falta de saneamento básico e outros seis milhões já estão infectados, segundo dados do Ministério da Saúde.

Inicialmente assintomática, a esquistossomose pode evoluir para formas clínicas extremamente graves e levar o paciente a óbito.

Transmissão

A esquistossomose é uma doença parasitária, causada pelo trematódeo Schistosoma mansoni, que em sua forma adulta habita os vasos sanguíneos do hospedeiro definitivo, que é o homem. Esses vasos são os responsáveis por drenar o sangue dos intestinos, rico em alimentos digeridos, e transportá-lo ao fígado.

Hospedado, o S. mansoni produz centenas de milhares de ovos, que atravessam as paredes dos vasos sanguíneos, para depois serem eliminados pelas fezes.

Os ovos do verme da esquistossomose são eliminados pelas fezes humanas. Em contato com a água, os ovos eclodem e liberam larvas. Depois de um mês, as larvas da esquistossomose abandonam o caramujo na forma de cercárias e se libertam na água doce, água parada e esgoto não tratado.

Quando o homem entra em contato com essas águas, ele adquire a doença. As cercárias penetram na pele pelos pés e pernas, até detectarem um vaso sanguíneo. Depois que penetram na pele chegam ao sangue, caminham para o coração e atingem os pulmões e o fígado.

O homem infectado pode eliminar os ovos com S. mansoni a partir de cinco semanas após a infecção, e por um período de 6 a 10 anos, podendo chegar até mais de 20 anos.  As larvas são vistas, principalmente, entre 10 da manhã e 4 da tarde, em função do sol e do calor.

Sintomas

Sintomas em casos agudos da esquistossomose

  • Coceira na pele após a invasão do parasita;
  • vermelhidão no local;
  • formigamento;
  • febre;
  • dor na cabeça;
  • calafrios e suores;
  • fraqueza;
  • falta de apetite;
  • dor muscular;
  • tosse e diarreia;
  • fígado e baço podem inflamar e aumentar de tamanho.

Sintomas em casos crônicos de esquistossomose

A diarreia se torna mais constante, alternando-se com prisão de ventre e pode aparecer sangue nas fezes. Além destes sinais, a pessoa contaminada pode apresentar também:

  • Tontura;
  • dor de cabeça;
  • sensação de plenitude gástrica;
  • prurido anal;
  • cólicas;
  • palpitações;
  • impotência;
  • emagrecimento;
  • endurecimento do fígado, com aumento do seu volume.

Complicações

Esquistossomose intestinal

A permanência de ovos na parede do intestino provoca uma diarreia sanguinolenta. Pode haver inflamação, ulcerações e até mesmo, a obstrução da passagem das fezes.

Esquistossomose hepatoesplênica

A contaminação com um número excessivo de parasitas, pode resultar em uma doença do fígado.  A hipertensão portal é responsável pelo aumento do volume do abdômen, conhecido popularmente como barriga d’água. O paciente apresenta também emagrecimento, fraqueza e varizes do esôfago. As varizes são uma complicação que, ao se romperem, causam grave hemorragia digestiva e vômitos com sangue.

Diagnóstico

Para diagnosticar a esquistossomose, são realizados:

  • Exame parasitológico de fezes (só detecta os ovos após seis semanas de contaminação);
  • Hemograma – anemia;
  • Biópsia do reto.

Tratamento

Geralmente, o tratamento de esquistossomose, em casos mais simples, é feito através do medicamento chamado de Praziquantel, em dose única, receitado e supervisionado pelo médico. O remédio é disponível também, gratuitamente, pelo Ministério da Saúde. 

Quando os casos apresentam gravidade, a internação hospitalar será muito importante, e poderão exigir até mesmo um tratamento cirúrgico, dependendo da situação do paciente.

Como prevenir a esquistossomose

Para se prevenir da esquistossomose, deve-se evitar o contato com águas que estejam infestadas de caramujos hospedeiros intermediários. O tratamento coletivo de comunidades que contém o risco da doença é fundamental. 

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dr Luiz Carneiro sorrindo com braços cruzados

Profº Dr.Luiz Carneiro

CRM: 22.761/SP

Diretor do Serviço de Transplante e Cirurgia do Fígado do Hospital das Clínicas, professor da FMUSP e chefe do Departamento de Gastroenterologia da FMUSP.

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